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Suplente de Jefferson é acusado de levar propina de R$ 300 mil
DA SUCURSAL DO RIO
Parlamentar que mais recebeu dinheiro do esquema sanguessuga (R$ 300 mil) segundo
o empresário Luiz Antônio Vedoin, o deputado federal Fernando Gonçalves (PTB-RJ) era
suplente de Roberto Jefferson
(PTB) e assumiu o mandato na
Câmara quando o deputado foi
cassado durante a crise do
mensalão no ano passado.
Gonçalves, que ficou em terceiro lugar na disputa para a
Prefeitura de Nova Iguaçu em
2004, apoiou o petista Lindberg Farias no segundo turno.
Eleito, o petista retribuiu o favor. Nomeou Eduardo Gonçalves, irmão do deputado, presidente da Fundação Educacional e Cultural do município.
Político cotado no partido
para disputar em 2010 a eleição
para governador, Lindberg teve
na campanha a companhia de
outro parlamentar agora envolvido no escândalo dos sanguessugas. O vice eleito em sua chapa é o deputado Itamar Serpa
(PSDB), também acusado de
ter se beneficiado do esquema.
Serpa não assumiu o cargo; preferiu continuar na Câmara.
A Folha tentou ouvir o prefeito de Nova Iguaçu. Sua assessoria informou que ele não
falaria pois estava em campanha na rua. Limitou-se a dizer
que o PTB faz parte do governo
Lindberg e que a prefeitura não
adquirira nenhuma ambulância. Serpa não foi localizado.
Ontem, Jefferson disse à Folha ter recomendado a Gonçalves que desista de sua candidatura. "O julgamento político o
destrói e destrói a imagem do
partido. Ele está morto politicamente. Ele deveria desistir
da candidatura. Volta por cima
mais à frente, inocentado, depois de explicar ao povo o que
aconteceu. Disse a ele que vai
ficar marcado, que não tem saída. Fica marcado para sempre."
Gonçalves, que foi deputado
durante toda a legislatura 1999-2003, quando começou o esquema dos sanguessugas, afirmou que o depoimento de Vedoin não é verdadeiro. Disse
que "jamais recebeu dinheiro
ou qualquer vantagem do acusado Vedoin em troca de emendas parlamentares".
Os advogados de Gonçalves
reclamaram de não ter tido
acesso integral ao conteúdo do
depoimento de Vedoin. Segundo eles, o depoimento está
"dando sustentação às acusações covardes e caluniosas".
De acordo com a nota, Gonçalves está requerendo à CPI a
identificação do responsável
pela divulgação do depoimento, a fim de processá-lo.
(SERGIO TORRES E RAPHAEL GOMIDE)
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