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Empresário envolve novos agentes da Saúde na fraude
Segundo Vedoin, mais 3 servidores, além de Maria da Penha, prestaram favores a máfia
Ministério diz que uma
deles foi demitida no ano
passado por manipular
liberação de verbas; outros
dois não são identificados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O desvio de dinheiro público
para a compra de ambulâncias
superfaturadas envolveu um
número maior de funcionários
do Ministério da Saúde, segundo o depoimento do empresário Luiz Antonio Vedoin, acusado de comandar a máfia dos
sanguessugas.
Ele contou à Justiça Federal
que outros funcionários do Ministério da Saúde receberam
ajuda "por favores prestados",
além da ex-servidora Maria da
Penha Lino, presa na Operação
Sanguessuga. Vedoin citou
uma ex-funcionária chamada
Alana e outros dois: "Claudinha" e "Jovair". Disse, inclusive, que os conhecia de vista.
Ontem à noite, o Ministério
da Saúde confirmou que Alana
Eneida Sarinho, mencionada
pelo empresário, trabalhou na
pasta, contratada por meio de
uma empresa, e teria manipulado processos de liberação de
verbas para prefeituras. Por isso, ela teria sido demitida no
ano passado, em abril, após denúncia verbal.
O ministro Agenor Álvares
não localizou, entre os funcionários da Saúde, outros dois
nomes que teriam apoiado a ex-servidora Maria da Penha Lino
a operar o esquema.
Pressão
O empresário também afirmou que a liberação de dinheiro para os convênios com os
municípios dependia da "força
política" dos parlamentares até
no Palácio do Planalto.
"O efetivo pagamento dos
convênios se dava de acordo
com as pressões políticas, realizadas pelos parlamentares junto à Casa Civil e ao Ministério
da Saúde."
Nos demais ministérios em
que a Planam operou, o empresário relatou que o senador Ney
Suassuna (PMDB-PB) teria
acertado a liberação de recursos com o então ministro das
Comunicações Eunício Oliveira (PMDB-CE), acerto prejudicado quando Eunício foi substituído por Hélio Costa.
Preço menor
No Ministério das Comunicações, Vedoin cita o funcionário Fernando, mas sem dar
mais detalhes de sua identificação. Além de atuar na Saúde, o
empresário fala em 80 projetos
nas Comunicações e no Ministério da Ciência e Tecnologia
dos quais suas empresas tinham interesse.
No depoimento que concedeu em troca da tentativa de
atenuar sua pena, Vedoin também disse que o preço cobrado
pelas ambulâncias superfaturadas -"embutidas as comissões pagas a parlamentares e a
dirigentes de entidades beneficiadas"- era inferior ao pago
pelo Ministério da Saúde na
aquisição de veículos do programa Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
O Ministério da Saúde contesta a comparação. Segundo o
ministro Agenor Álvares, os
veículos comprados diretamente das montadoras para
funcionar como unidades móveis de terapia intensiva são diferentes daqueles usados nos
convênios com prefeituras.
"São veículos com características totalmente diferentes e
comprados por meio de pregão
eletrônico", disse.
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