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Serra amplia propaganda com verbas do Poupatempo
Estado transfere R$ 20 milhões para orçamento da Secretaria de Comunicação
O remanejamento servirá para cobrir a renovação dos contratos com agências Lua Branca e DPZ, responsáveis pela publicidade do governo
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob o slogan "trabalhando
por você", o governo José Serra
(PSDB) vai intensificar investimentos em propaganda a partir
de agora. Segundo o secretário
de Comunicação de São Paulo,
Hubert Alquéres, a política de
publicidade institucional "vai
deslanchar" neste segundo semestre do ano, com exibição de
campanhas que ele define como de utilidade pública.
Para garantir maior presença
em rádio e TV, o governo estadual reforçou em R$ 49,7 milhões o orçamento da Secretaria de Comunicação -desses,
R$ 20 milhões saídos de dotação prevista para a manutenção
e operação do Poupatempo,
programa que reúne em um
mesmo lugar diferentes serviços oferecidos pelo Estado.
Segundo Alquéres, a transferência de recursos, estabelecida num decreto publicado em
13 de junho, nasceu da necessidade de divulgação de serviços
oferecidos pelo Estado via internet. Como os sites e o Acessa
São Paulo ficam a cargo da Secretaria de Gestão, também
responsável pelo Poupatempo,
o dinheiro saiu de lá. Ele afirma
ainda que tanto a Comunicação
como a Gestão eram antes subordinadas à Casa Civil e tinham orçamento comum.
Segundo levantamento feito
pela liderança do PT no Sigeo
(Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária), o orçamento originalmente previsto para ações
de comunicação em 2007 era
de R$ 51,6 milhões.
Poupatempo
"O remanejamento efetuado,
da Secretaria de Gestão para a
Comunicação, em nada vai prejudicar a operação ou ampliação do Poupatempo e tem o objetivo de reforçar a informação
ao público, com divulgação de
serviços como o Acessa São
Paulo, também da Prodesp, do
próprio Poupatempo, de inúmeros serviços eletrônicos do
governo. O governo trabalha
para que mais paulistas usem
seus serviços de governo eletrônico. Isso vai trazer economia de tempo e de recursos para as pessoas", disse Alquéres,
segundo quem "na montagem
do orçamento, os recursos para
o Poupatempo foram dimensionados com uma certa folga".
O remanejamento de R$ 49,7
milhões, diz, servirá para cobrir
a renovação dos contratos com
as duas agências de publicidade
encarregadas da comunicação
institucional do governo: a Lua
Branca e a DPZ Propaganda.
Renovados em 29 de junho por
12 meses, os dois contratos somam R$ 60 milhões.
Segundo informação enviada
pelo governo à Folha em fevereiro, o valor do contrato com a
Lua Branca para o período de
julho de 2006 a junho de 2007
era de R$ 16.487.850,00. No dia
21 de junho, o contrato sofreu
um acréscimo, chegando a R$
25 milhões: R$ 4,5 milhões referentes a gastos do ano passado, e R$ 20,5 milhões deste
ano. No dia 29 de junho, o contrato com a Lua Branca foi
prorrogado por mais 12 meses
por R$ 31,2 milhões.
Ainda de acordo com os dados enviados à Folha, o contrato com a DPZ para o período de
julho de 2006 a junho de 2007
foi de R$ 13.111.862,00. No dia
29, foi prorrogado por mais 12
meses a R$ 28,8 milhões. Em
nota enviada à Folha, Alquéres
afirma que o governo manteve
o mesmo valor praticado em
2005, quando os contratos foram assinados. Os gastos, explica, só foram menores em 2006,
sendo de cerca de R$ 37 milhões por 12 meses, por conta
das restrições impostas pela legislação eleitoral.
Desde domingo, a comediante Cláudia Rodrigues é protagonista de uma campanha do
governo estadual. "Marinete"
do programa "A diarista", da
TV Globo, a atriz apresenta o
novo salário mínimo regional,
a partir de R$ 410 mensais. Como um Estado diferenciado,
diz ela, São Paulo tem um salário mínimo diferenciado.
A campanha, de R$ 2,5 milhões, será veiculada por 10
dias. No mês que vem serão levadas ao campanhas sobre o recapeamento da marginal Tietê
e volta às aulas. Haverá ainda
propaganda sobre mutirões de
saúde e assistência ambulatorial no Estado. Mês passado, o
governo listou numa mesma
peça publicitária três ações, entre elas a inauguração de uma
estação do metrô. "Como não
havia verbas, foi um pot-pourri", disse Alquéres.
Para essa ofensiva da política
de comunicação, o governo discutiu até se era apropriado ou
não o uso do gerúndio em "trabalhando por você". A conclusão foi de que, em início de governo, vale. Até junho, o governo tinha realizado, segundo Alquéres, campanhas sobre dengue, febre aftosa e vacinação de
idosos contra a gripe.
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