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Senado diz ter obtido todos os papéis de Renan
Relator Renato Casagrande (PSB) estranha envio de documentos de empresas suspeitas de serem fantasmas por técnicos do Senado
"Acho que dará para concluir todo o trabalho até o final de agosto e depois já votar o relatório final", diz relator do caso, Leomar Quintanilha
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após a Polícia Federal
reclamar da demora no envio
de documentos do processo
contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o Conselho de Ética do Senado recebeu
ontem papéis de duas empresas suspeitas de serem "fantasmas" -as casas de carnes Carnal e GF da Silva, às quais Renan afirmou ter vendido gado.
Os papéis chegaram ao Senado anexados a uma carta de um
ex-contador das empresas. Na
semana passada, dois funcionários do Senado procuraram as
empresas ou seus representantes em Alagoas, mas não as encontraram. Ao retornarem, informaram aos relatores do processo que havia indícios de serem empresas de fachada.
"É estranho. Fiquei surpreso
porque os técnicos não conseguiram localizar as empresas.
Mas vamos analisar os papéis",
disse um dos relatores do caso,
Renato Casagrande (PSB-ES).
Também chegaram ontem ao
Senado documentos da Superintendência do Ministério da
Agricultura em Alagoas, da Secretaria de Fazenda do Estado
e as notas da casa de carnes
Stop, que integra a lista de compradores de gado de Renan. Segundo o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), "todos" os documentos pedidos já estão em
posse do Senado e seriam remetidos ontem ao Instituto
Nacional de Criminalística da
Polícia Federal, que fará a perícia nos papéis de Renan.
"Recebi a última remessa ontem. Achei até que o tempo foi
rápido", disse Quintanilha.
Todos os documentos que
chegam ao Senado são recebidos pelo Conselho de Ética, que
os remete à Mesa Diretora para, em seguida, serem enviados
à Polícia Federal -depois de
passarem pelas mãos do ministro Tarso Genro (Justiça).
Anteontem, a PF afirmou
que, em função da demora para
receber os dados, o prazo de 20
dias -que começou a correr na
quarta-feira- para a conclusão
do trabalho poderia comprometer a qualidade do laudo.
Tanto Quintanilha quanto
Casagrande afirmaram ontem
que, se for necessário, o prazo
poderá ser ampliado. "Eles vão
ter o prazo que quiserem, não
queremos uma perícia pela metade", disse Casagrande.
Apesar da possibilidade de
aumentar o prazo dado à PF,
Quintanilha disse que o relatório final do caso deverá ser votado no conselho em agosto:
"Acho que dará para concluir
todo o trabalho até o final de
agosto e depois já votar o relatório final", disse Quintanilha.
Ele quer reunir os três relatores do caso na semana que vem
para definir os procedimentos.
Colaboraram RENATA GIRALDI, da Folha Online, em Brasília, ANDRÉA MICHAEL, da Sucursal
de Brasília, e SÍLVIA FREIRE, da Agência Folha
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