São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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Senado diz ter obtido todos os papéis de Renan

Relator Renato Casagrande (PSB) estranha envio de documentos de empresas suspeitas de serem fantasmas por técnicos do Senado

"Acho que dará para concluir todo o trabalho até o final de agosto e depois já votar o relatório final", diz relator do caso, Leomar Quintanilha

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia após a Polícia Federal reclamar da demora no envio de documentos do processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o Conselho de Ética do Senado recebeu ontem papéis de duas empresas suspeitas de serem "fantasmas" -as casas de carnes Carnal e GF da Silva, às quais Renan afirmou ter vendido gado.
Os papéis chegaram ao Senado anexados a uma carta de um ex-contador das empresas. Na semana passada, dois funcionários do Senado procuraram as empresas ou seus representantes em Alagoas, mas não as encontraram. Ao retornarem, informaram aos relatores do processo que havia indícios de serem empresas de fachada. "É estranho. Fiquei surpreso porque os técnicos não conseguiram localizar as empresas.
Mas vamos analisar os papéis", disse um dos relatores do caso, Renato Casagrande (PSB-ES). Também chegaram ontem ao Senado documentos da Superintendência do Ministério da Agricultura em Alagoas, da Secretaria de Fazenda do Estado e as notas da casa de carnes Stop, que integra a lista de compradores de gado de Renan. Segundo o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), "todos" os documentos pedidos já estão em posse do Senado e seriam remetidos ontem ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que fará a perícia nos papéis de Renan. "Recebi a última remessa ontem. Achei até que o tempo foi rápido", disse Quintanilha.
Todos os documentos que chegam ao Senado são recebidos pelo Conselho de Ética, que os remete à Mesa Diretora para, em seguida, serem enviados à Polícia Federal -depois de passarem pelas mãos do ministro Tarso Genro (Justiça). Anteontem, a PF afirmou que, em função da demora para receber os dados, o prazo de 20 dias -que começou a correr na quarta-feira- para a conclusão do trabalho poderia comprometer a qualidade do laudo.
Tanto Quintanilha quanto Casagrande afirmaram ontem que, se for necessário, o prazo poderá ser ampliado. "Eles vão ter o prazo que quiserem, não queremos uma perícia pela metade", disse Casagrande.
Apesar da possibilidade de aumentar o prazo dado à PF, Quintanilha disse que o relatório final do caso deverá ser votado no conselho em agosto: "Acho que dará para concluir todo o trabalho até o final de agosto e depois já votar o relatório final", disse Quintanilha. Ele quer reunir os três relatores do caso na semana que vem para definir os procedimentos.


Colaboraram RENATA GIRALDI, da Folha Online, em Brasília, ANDRÉA MICHAEL, da Sucursal de Brasília, e SÍLVIA FREIRE, da Agência Folha


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