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CONFLITO AGRÁRIO
Prisão preventiva foi decretada em 2000
Em MS, polícia prende 4 sem-terra; MST afirma que ação foi represália
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A Polícia Civil prendeu quatro
líderes do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra)
em Eldorado (427 km ao sul de
Campo Grande). Eles foram indiciados por roubo, sequestro e formação de quadrilha. Os crimes teriam ocorrido em uma invasão,
em outubro de 2000, na fazenda
Junqueira, em Eldorado.
Os mandados de prisão preventiva são de dezembro de 2000,
mas eles só foram presos anteontem à tarde. A coordenação do
MST diz que o ato foi uma represália à invasão, no domingo, da
fazenda Coimbra, em Itaporã.
Segundo o advogado do MST
Mário Morandi, 46, ainda há
mandados de prisão contra outros nove sem-terra. Ele pede na
Justiça a revogação dos mandados contra os quatro líderes.
Estão presos o chefe da cooperativa do MST em Itaquiraí (MS),
Carlos Aparecido Ferrari, 47, o líder de assentamentos rurais Antônio Alves de Lima, 38, o Toninho Borborema, e os sem-terra
Cícero Massaranduba, 37, e Antônio Firmino de Souza, 30.
O delegado Hudson Parra Miranda disse que as prisões não foram uma "retaliação" e que a polícia demorou para localizar os líderes porque os quatro eram conhecidos apenas por apelidos.
Márcio Bissoli, 32, do MST estadual, rebateu a polícia: "Ferrari é
presidente da cooperativa, e o Toninho Borborema foi até candidato a deputado estadual", explicou.
Ontem à tarde houve um desentendimento entre os 900 sem-terra e um grupo de 400 produtores
rurais que mantêm um cerco à fazenda para evitar novas invasões.
Segundo Bissoli, os ruralistas
impediam a entrada de água na
propriedade. A polícia interveio.
O presidente do Sindicato Rural
de Itaporã, Maurício Koji Saito,
32, disse que foi permitida a entrada de água e que os fazendeiros
farão o cerco até que seja cumprida a reintegração de posse determinada na segunda pela Justiça.
Para protestar, o MST fez cinco
bloqueios de rodovias pela manhã que duraram duas horas.
Mato Grosso
Em Mato Grosso, o Incra conseguiu ontem liminar de reintegração de posse do prédio invadido,
na segunda, por 700 sem-terra do
MTA (Movimento dos Trabalhadores Acampados e Assentados).
A polícia executá-la hoje.
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