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ELEIÇÕES 2006/ LEGISLATIVO
Oposição pode dominar o Senado
Pesquisas de intenção de voto apontam que PSDB e PFL podem conquistar as maiores bancadas na em 2007
Diferentemente da Câmara, onde tem ampla maioria, no Senado margem é apertada, o que dificulta aprovação de projetos do Planalto
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Desanimada com o desempenho do presidenciável Geraldo
Alckmin (PSDB), cujas pesquisas apontam cenário de derrota
no primeiro turno, a trinca dos
maiores partidos de oposição
ao governo Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) no Congresso, formada por PFL, PSDB e PDT,
decidiu centrar forças a partir
de agora na obtenção de 15 das
27 cadeiras do Senado.
Os dois principais partidos
de oposição ao governo podem
passar a ter as maiores bancadas do Senado em 2007, segundo pesquisas de intenção de voto. Se as intenções se confirmarem, o cenário de 44 a 37 poderia se inverter para até 41 a 40 a
favor da oposição no Senado.
Na projeção, PSDB, PFL e
PDT ganhariam até sete cadeiras que eram de PMDB, PTB e
PRB. Considerando "traições"
na base em votações, a margem
da oposição seria grande.
O PFL e o PSDB são favoritos
(em primeiro ou empatados
tecnicamente) em 14 Estados.
Tucanos podem ser representados por até 18 senadores. Pefelistas podem chegar a 19.
Uma das vagas é disputada pelos dois partidos, em Tocantins.
No cálculo, leva-se em conta
que o PFL e PSDB têm, cada
um, 16 parlamentares no Senado, mas seis tucanos e quatro
pefelistas deixam a Casa em
2007. O PMDB tem 20 senadores -nove em fim de mandato.
O PMDB, que lidera as pesquisas em seis Estados, pode
ser superado, portanto, pelos
dois partidos, caso perca a eleição no Pará, já que passaria a
ter 17 senadores em 2007.
O PSDB está isolado na liderança das corridas eleitorais
em cinco Estados, e o PFL, em
quatro. Tucanos e pefelistas estão, cada um, empatados tecnicamente em dois Estados com
candidatos de outros partidos.
O PT, à frente só nas disputas
do Acre e de SP, deve perder
uma vaga no Senado (de Roberto Saturnino, no Rio, que não
irá concorrer). O partido passaria a ter dez representantes.
Diferentemente da Câmara,
onde tem ampla maioria, a
margem do governo é apertada
no Senado, o que dificulta a
aprovação de projetos de interesse do Palácio do Planalto.
Dos 81 senadores, 44 são de
partidos aliados e 37, de oposição. No bloco dos 44, há vários
dissidentes, principalmente no
PMDB. Para o cientista político
Fernando Abrucio, da Fundação Getúlio Vargas, a possível
maioria da oposição, mesmo
eleita, pode não se confirmar.
"Partidos como PTB e PP podem não ultrapassar a cláusula
de barreira e a tendência é os
senadores migrem para o
PMDB." De acordo com o professor, outra causa para a migração é a aliança com governadores. "Mas não se pode dizer
que o cenário vai ser ingovernável [em possível reeleição de
Lula]", disse.
(JOÃO CARLOS MAGALHÃES, THIAGO REIS, FERNANDA KRAKOVICS, SILVIO NAVARRO)
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