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Esquema tinha apoio político, dizem ministros
SILVANA DE FREITAS
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os ministros do STF ressaltaram ontem que o respaldo
político era indispensável ao
mensalão (revelado pela Folha
em junho de 2005): "O Ministério Público diz que todas as
decisões políticas importantes
eram avalizadas por [José] Dirceu", disse o relator Joaquim
Barbosa em seu voto.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Dirceu chefiava o pagamento pelo PT, em
parceria com Marcos Valério,
de R$ 22,3 milhões a integrantes do PTB, PP, PR e PMDB,
entre 2003 e 2004.
Para demonstrar a relação de
Dirceu com Marcos Valério,
operador do mensalão, ele disse que, "apesar das negativas
categóricas de José Dirceu, há
indícios de favores de Marcos
Valério à sua esposa, principalmente na compra de um imóvel". Ele se referia à ajuda de
Valério para a compra de um
apartamento por Maria Ângela
Saragoça, ex-mulher de Dirceu.
Segundo Celso de Mello, "os
elementos indicam que o modus operandi do repasse de recursos entre os partidos não
prescindia da ciência e do aval
do senhor José Dirceu". Para
Gilmar Mendes, "há fortes indícios de que esse sistema desenvolvido precisava de um
amplo respaldo político".
Dirceu havia escapado na semana passada de processo por
peculato (uso do cargo público
para desvio de dinheiro).
Em relação a Genoino, houve
um voto contra, de Eros Grau.
O ex-secretário-geral do PT
Silvio Pereira livrou-se da ação
penal sob o argumento de que
não havia indícios significativos contra ele na denúncia. Na
semana passada, Genoino, Delúbio e Silvio escaparam da
acusação de peculato. Hoje será analisada a acusação de formação de quadrilha contra Dirceu, Genoino, Delúbio e Silvio.
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