São Paulo, terça-feira, 28 de agosto de 2007

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Esquema tinha apoio político, dizem ministros

SILVANA DE FREITAS
RANIER BRAGON

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os ministros do STF ressaltaram ontem que o respaldo político era indispensável ao mensalão (revelado pela Folha em junho de 2005): "O Ministério Público diz que todas as decisões políticas importantes eram avalizadas por [José] Dirceu", disse o relator Joaquim Barbosa em seu voto.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Dirceu chefiava o pagamento pelo PT, em parceria com Marcos Valério, de R$ 22,3 milhões a integrantes do PTB, PP, PR e PMDB, entre 2003 e 2004.
Para demonstrar a relação de Dirceu com Marcos Valério, operador do mensalão, ele disse que, "apesar das negativas categóricas de José Dirceu, há indícios de favores de Marcos Valério à sua esposa, principalmente na compra de um imóvel". Ele se referia à ajuda de Valério para a compra de um apartamento por Maria Ângela Saragoça, ex-mulher de Dirceu.
Segundo Celso de Mello, "os elementos indicam que o modus operandi do repasse de recursos entre os partidos não prescindia da ciência e do aval do senhor José Dirceu". Para Gilmar Mendes, "há fortes indícios de que esse sistema desenvolvido precisava de um amplo respaldo político".
Dirceu havia escapado na semana passada de processo por peculato (uso do cargo público para desvio de dinheiro).
Em relação a Genoino, houve um voto contra, de Eros Grau. O ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira livrou-se da ação penal sob o argumento de que não havia indícios significativos contra ele na denúncia. Na semana passada, Genoino, Delúbio e Silvio escaparam da acusação de peculato. Hoje será analisada a acusação de formação de quadrilha contra Dirceu, Genoino, Delúbio e Silvio.


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