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Após mensalão, Duda expande atividade rural
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM REDENÇÃO (PA)
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM SALVADOR
Um ano após a descoberta do mensalão, o publicitário Duda Mendonça
expandiu sua atividade de
fazendeiro no sul do Pará,
conforme documento do
cartório de registro de
imóvel de Redenção (PA).
A empresa Nov Patrimonial, da qual Duda é sócio, assinou em maio de
2006 um instrumento
particular de promessa de
venda e compra da fazenda Rochedo, de 5,29 mil
hectares, na região de Redenção. O valor do negócio
é R$ 6,1 milhões.
Até então a Nov Patrimonial, com Duda figurando nas escrituras como
representante legal ou sócio-administrador, era
proprietária, segundo o
cartório de Xinguara (PA),
de quatro áreas rurais em
Água Azul do Norte (sul do
Pará), que somavam 630,3
hectares, compradas por
R$ 533.292,40 entre fevereiro e julho de 2005.
A empresa de Duda foi
colocada sob suspeita na
CPI dos Correios em agosto de 2005. Na CPI, o publicitário disse ter sido
orientado, no esquema do
mensalão, a abrir uma empresa offshore nas Bahamas para receber R$ 10,5
milhões de dívidas do PT
com campanhas.
Nos dias que antecederam seu depoimento, Duda transferiu de sua conta
no BankBoston R$ 2,5 milhões para a Nov Patrimonial Ltda. Conforme a CPI,
o publicitário fez a transferência porque temia ter
o dinheiro retido, o que
acabou ocorrendo, com a
indisponibilidade de bens
decretada pelo STF em junho de 2006.
Segundo o advogado Tales Castelo Branco, as fazendas compradas mostram que o publicitário
"não precisa ficar com os
bens bloqueados para adquirir o que deseja".
"As fazendas foram
compradas com o dinheiro
honrado do trabalho [dele], o que só demonstra
que não há necessidade do
bloqueio dos bens", afirmou. "Ele é uma pessoa
que tem recursos para pagar tributos e tudo o mais."
Segundo Castelo Branco, Duda ficou desiludido
com as denúncias de seu
envolvimento no mensalão. "Ele foi à CPI, pagou
quase R$ 4 milhões de tributos e continua com os
bens bloqueados."
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