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ANÁLISE
Palácio tem problema crônico de segurança
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A discussão sobre se o Palácio do Planalto guarda ou não
guarda as imagens do circuito
interno de segurança encobre
um outro problema crônico no
principal edifício da administração pública federal. Sucateado, malcuidado e sem grandes
formalidades de checagem de
visitantes, o local de trabalho
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva sempre seguiu regras
frouxas nas suas entradas.
No início da administração
Lula, em 2003, alguns pequenos furtos internos chamaram
a atenção. Realizou-se então
uma licitação para a compra de
máquinas de raios X, detectores de metal e câmeras de monitoramento de imagens.
Havia inexperiência sobre
como lidar com o sistema. O
Planalto adotou um sistema
peculiar de controle. Os visitantes passaram a ter de colocar suas pastas e objetos de metal na máquina de raio X ao entrar e ao sair do edifício. Nenhum integrante da equipe de
segurança sabia dizer a razão
de tal exigência -até porque
ninguém é questionado se sai
do prédio com um laptop...
Depois de algumas semanas,
os detectores de metal -arcos
pelos quais os visitantes passam, semelhantes aos de aeroportos- também passaram a
ter um comportamento errático. Repórteres da Folha passaram algumas vezes pela portaria do Planalto nos últimos
anos portando celular ou algum objeto de metal.
É comum em prédios públicos em Brasília detectores de
metal ficarem desligados ou estarem mal regulados. É assim,
por exemplo, no Congresso.
No caso das imagens do Planalto, nunca houve interesse
do GSI (Gabinete de Segurança
Institucional) em guardar as
imagens antigas fora dos computadores ligados ao sistema.
É incompleta a explicação de
que à época da instalação das
câmeras o custo seria muito alto. Se houvesse uma determinação do GSI, teria sido possível fazer a gravação das imagens diariamente em CD-ROMs, cujo preço unitário é
próximo de R$ 1. As cenas só
são captadas quando há movimento e os arquivos não são
em alta resolução. Caberiam
facilmente em CDs ou DVDs.
Mas nunca, desde o início do
funcionamento das câmeras,
houve requerimento de imagens antigas. Sem demanda, o
GSI também não se preocupou.
Lula e seus assessores mais
próximos fazem críticas recorrentes nos bastidores a respeito da falta de agilidade do GSI.
Mas esse é um problema longe
da lista de prioridades do petista no seu dia a dia.
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