São Paulo, Sábado, 28 de Agosto de 1999
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Servidor descarta suborno

da Agência Folha, em Belém

e do enviado especial

O funcionário público Fernando Brito, 41, pivô da denúncia de um suposto suborno do júri do caso do massacre de Eldorado do Carajás, disse ontem, em depoimento à Polícia Civil, que tudo não passou de uma "brincadeira".
Afirmou que o suposto diálogo do suborno era, na verdade, uma ironia feita por um dos jurados e por ele próprio, que foi pré-selecionado para participar do júri mas ficou de fora porque não foi sorteado.
Brito disse que não esperava que o caso fosse ter repercussão.
Primo do prefeito Edmilson Rodrigues (PT), Brito evitou criticar diretamente a vice-prefeita, Ana Júlia Carepa (PT). Ela foi a primeira a levantar a suspeita, dizendo que um jurado havia contado a ela que outro membro do júri teria tentado suborná-lo.
Com a repercussão do caso, o Ministério Público determinou a abertura de inquérito.
Brito disse que não esperava que o comentário feito com a vice-prefeita se tornasse público. ""A gente comenta, mas espera que a pessoa guarde com ela", disse ele.
Ana Júlia também depôs ontem e disse que apenas repetiu o que ouviu, mas não tem provas de que tenha havido suborno.
Brito confirmou que ouviu a seguinte pergunta do jurado Sílvio Queiroz Mendonça: ""R$ 3.000 "morre" (é o bastante) para salvar o coronel (Mário Pantoja)?".
A conversa entre Brito e Mendonça aconteceu antes de uma reunião com o juiz Ronaldo Valle, no dia 11, cinco dias antes do início do julgamento. ""Ele me disse isso, e eu ainda, brincando, respondi: "É pouco, no mínimo R$ 5.000"".
Mendonça vem negando que tenha falado a frase. Na segunda-feira, o delegado Vicente de Paula deve ouvir Mendonça e, se necessário, fará uma acareação entre os dois. (LI e LF)


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