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Servidor descarta suborno
da Agência Folha, em Belém
e do enviado especial
O funcionário público Fernando Brito, 41, pivô da denúncia de
um suposto suborno do júri do
caso do massacre de Eldorado do
Carajás, disse ontem, em depoimento à Polícia Civil, que tudo
não passou de uma "brincadeira".
Afirmou que o suposto diálogo
do suborno era, na verdade, uma
ironia feita por um dos jurados e
por ele próprio, que foi pré-selecionado para participar do júri
mas ficou de fora porque não foi
sorteado.
Brito disse que não esperava
que o caso fosse ter repercussão.
Primo do prefeito Edmilson
Rodrigues (PT), Brito evitou criticar diretamente a vice-prefeita,
Ana Júlia Carepa (PT). Ela foi a
primeira a levantar a suspeita, dizendo que um jurado havia contado a ela que outro membro do
júri teria tentado suborná-lo.
Com a repercussão do caso, o
Ministério Público determinou a
abertura de inquérito.
Brito disse que não esperava
que o comentário feito com a vice-prefeita se tornasse público.
""A gente comenta, mas espera
que a pessoa guarde com ela",
disse ele.
Ana Júlia também depôs ontem
e disse que apenas repetiu o que
ouviu, mas não tem provas de
que tenha havido suborno.
Brito confirmou que ouviu a seguinte pergunta do jurado Sílvio
Queiroz Mendonça: ""R$ 3.000
"morre" (é o bastante) para salvar
o coronel (Mário Pantoja)?".
A conversa entre Brito e Mendonça aconteceu antes de uma
reunião com o juiz Ronaldo Valle, no dia 11, cinco dias antes do
início do julgamento. ""Ele me
disse isso, e eu ainda, brincando,
respondi: "É pouco, no mínimo
R$ 5.000"".
Mendonça vem negando que
tenha falado a frase. Na segunda-feira, o delegado Vicente de Paula
deve ouvir Mendonça e, se necessário, fará uma acareação entre os
dois.
(LI e LF)
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