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Vantagem diminui, mas Lula mantém vitória no 1º turno
Estável em 49%, presidente tem cinco pontos a mais do que soma de adversários
Alckmin oscilou de 31% para 33%; diretor do Datafolha afirma que participação de petista em debate pode definir se haverá 2º turno
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O escândalo do dossiê fez cair
a diferença entre as intenções
de voto em Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) e nos demais candidatos à Presidência somados.
Em toda a campanha, nunca
Lula esteve tão ameaçado por
um eventual segundo turno
-mas, se a eleição fosse hoje,
ele ainda venceria no primeiro.
Segundo pesquisa Datafolha
realizada ontem, Lula se manteve com 49% das intenções de
voto em relação ao levantamento feito na sexta-feira. Seu
principal adversário, o tucano
Geraldo Alckmin, oscilou dentro da margem de erro, de dois
pontos percentuais, e foi de
31% para 33% -seu maior percentual na campanha.
A vantagem de Lula sobre
seus adversários, que era de oito pontos percentuais no levantamento anterior, é hoje de cinco pontos. No início do mês, antes do escândalo do dossiê, essa
diferença era de 12 pontos.
Se a eleição fosse hoje, Lula
seria reeleito presidente com
53% dos votos válidos. No início do escândalo do dossiê, ele
tinha 56% dos válidos. A diferença entre os dois percentuais
equivale a cerca de 3 milhões de
votos. Basicamente, diminuiu
de 10% para 7% o percentual de
brancos/nulos e indecisos, o
que estreitou a vantagem de
Lula nos votos válidos.
Em pouco mais de 20 dias,
enquanto Lula oscilou de 51%
para 49%, Alckmin ganhou seis
pontos. Foi de 27% a 33%.
Ensino fundamental
No levantamento realizado
ontem, o tucano ganhou quatro
pontos entre os que têm até o
ensino fundamental -cerca da
metade do eleitorado. Alckmin
tem hoje 30% das intenções de
voto nesse segmento, seu
maior percentual até aqui. Lula
oscilou de 56% para 55%.
Outras variações significativas ocorreram entre os eleitores com renda entre cinco e dez
salários mínimos. Lula perdeu
seis pontos (de 40% para 34%)
e Alckmin ganhou sete (35%
para 42%). Esse segmento representa 10% do eleitorado.
Em termos regionais, a maior
variação ocorreu no Centro-Oeste, epicentro do escândalo
do dossiê: Lula perdeu quatro
pontos, Alckmin ganhou quatro. Nesses poucos mais de 20
dias, a intenção de voto espontânea (onde o nome do candidato não é apresentado) em
Alckmin subiu de 17% para
24%. A de Lula ficou em 41%.
Para o diretor do Datafolha,
Mauro Paulino, a decisão de
Lula de participar ou não do debate hoje à noite na TV Globo
pode ser decisiva: "A ida ao debate e o desempenho de Lula
pode decidir se haverá um segundo turno ou não", afirma.
Segundo o levantamento, a
candidata Heloísa Helena
(PSOL) oscilou um ponto para
cima e agora tem 8%. Cristovam Buarque (PDT) ficou estável com 2%. Os demais candidatos não pontuaram.
A pesquisa Datafolha ouviu
7.528 eleitores em 368 municípios e foi realizada em parceria
com a TV Globo.
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