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Apesar da crise no Estado, tucano não aborda segurança em programas na TV
DA REDAÇÃO
No ano em que o Estado de
São Paulo viveu uma crise de
segurança em que o crime organizado matou mais de 50 pessoas de maio a julho, o candidato ao governo José Serra
(PSDB) não dedicou nenhum
dos 38 programas na TV para
detalhar propostas para a área.
Apesar de listar a segurança
entre as suas quatro "prioridades fundamentais" na propaganda de estréia, em 16 de agosto, o assunto sumiu ao longo do
horário eleitoral. Ontem, no último dia de propaganda, apenas
afirmou que irá "endurecer
contra quem é do mal".
Até seu colega de partido Geraldo Alckmin, cujo ponto fraco
da campanha presidenciável é
justamente o crescimento do
PCC durante o seu governo, dedicou programas para dizer o
que pretende fazer para combater o crime organizado.
A estratégia do ex-prefeito de
não mostrar propostas para essa área na TV foi atacada pelo
petista Aloizio Mercadante,
que desde a primeira semana
explorou o tema para criticar os
12 anos de gestão do PSDB.
Anteontem, no debate realizado na Rede Globo, o senador
novamente questionou: "Qual
a razão de você, Serra, não tratar de segurança pública durante a campanha e também na
TV?". Serra respondeu: "Tratei
do tema sim, inclusive aqui na
Globo. Crime organizado é inimigo público número um do
Estado. Tem muito a fazer ainda, e o governador de São Paulo
tem de ser capitão para combater essa questão".
O tucano, porém, não deu à
segurança a mesma atenção
que dedicou a educação, saúde,
transporte e emprego, que mereceram programas quase inteiros para apresentar propostas de cada área.
"Prioridades"
Na estréia do horário eleitoral para candidatos a governador, Serra afirmou que suas
"prioridades fundamentais"
eram, nessa ordem, "saúde,
educação, segurança e emprego". "Durante esses nossos encontros eu vou detalhar as propostas que tenho para cada
uma dessas áreas", afirmou no
dia 16 de agosto.
Nos dias seguintes, não mostrou como pretende atuar na
segurança. Ontem à noite, resumiu o que apresentou durante os mais de 40 dias de campanha televisiva. Falou em educação ("duas professoras na primeira série"), saúde ("mutirões
da saúde"), transporte ("obras
do metrô"). Sobre segurança,
apenas: "Eu vou trabalhar duro
desde o primeiro dia para endurecer contra quem é do mal.
E vou pegar pesado".
Mercadante, por outro lado,
martelou desde a primeira semana de propaganda na TV que
sua principal proposta para
combater o crime no Estado é a
criação de uma "força-tarefa",
unindo a Polícia Federal às policias paulistas.
(MICHELE OLIVEIRA)
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