ROGÉRIO PAGNAN
ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP)

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, candidato a deputado federal pelo PT, está sendo investigado pela Justiça Eleitoral por suposto abuso de poder econômico.
Com uma das mais caras campanhas de São Paulo, ele é suspeito de oferecer um churrasco para mais de 200 pessoas em evento em Cedral, na região de São José do Rio Preto, no dia 14. Ônibus e vans foram fretados para transporte de eleitores.
Se comprovada, a ação pode ser considerada compra de votos e levar à perda de mandato em caso de eleição, conforme a lei 9.540).
O evento só ficou conhecido pelo juiz eleitoral Paulo Marcos Vieira após a divulgação de uma reportagem do jornal "Bom Dia", que infiltrou, como convidados, uma repórter e um fotógrafo.
De acordo com Vieira, a presidência do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) foi informada do ocorrido, que pediu que o fato fosse relatado por escrito. O ofício com cópias das reportagens para apuração foi encaminhado anteontem. O TRE informou ainda não ter recebido o documento enviado pelo juiz e que vai analisar quais medidas serão tomadas.
Na opinião do juiz, a reunião política deveria ter sido informada à Justiça Eleitoral. "Faz uma reunião, sem comunicar, já tem uma suspeição. Se tem churrasco, bebida, tem gasto. Com certeza, não é contabilizado. Se não é contabilizado, aí o que existiu? Aquilo que chamam de caixa dois", afirmou.
O presidente do PT de Rio Preto, Ailton Bertoni, disse que a reunião era interna do partido, por isso não foi informada à Justiça. "Isso é perseguição ao ex-ministro."
Segundo a repórter Cláudia Russo, que esteve no evento, parte dos convidados nem sabia quem era o ex-ministro da Fazenda.
A assessoria de imprensa de Palocci informou que ele não patrocinou o churrasco -apenas foi convidado.


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