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ELEIÇÕES 2006/ DEBATE
Aécio descarta Alckmin ao não ir a debate
Coordenação tucana de Minas diz que decisão não levou em conta a campanha nacional, foi pautada só na estadual
Estafe do governador cita "regras inadequadas" para justificar falta, porém avalia que sua ida daria ao rival um palanque que ele não tem
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A campanha do governador
de Minas, Aécio Neves (PSDB),
candidato à reeleição, que não
foi ao debate na TV Globo, não
considerou a hipótese de que,
se tivesse ido, o tucano mineiro
poderia ajudar o presidenciável
Geraldo Alckmin de alguma
maneira. Segundo o deputado
federal Nárcio Rodrigues, presidente do PSDB-MG, a decisão
de não ir ao debate considerou
só a estratégia regional.
"Não teve relação com a
questão Alckmin. Foi uma decisão pautada na questão Aécio,
mas isso não tira de nós o engajamento pela candidatura do
Geraldo", disse Nárcio.
A decisão de não comparecer
foi tomada em conjunto com o
conselho político da campanha,
formado pelos presidentes dos
partidos coligados. Em que pese Aécio liderar com bastante
folga a disputa em Minas e já se
considerar reeleito no primeiro
turno, a avaliação foi que as regras do debate eram "inadequadas" e não o ajudariam.
Por regras "inadequadas",
entenderam os aliados que o
debate foi montado com um
formato de segundo turno, já
que só o tucano e o petista foram chamados por serem os
dois melhores colocados na última pesquisa Datafolha (Aécio, 73%; Nilmário, 12%).
Mas houve outro componente. A campanha tucana considerou que Aécio não tinha nada
a ganhar com o debate. Se o governador fosse, estaria dando a
Nilmário um palanque que ele
não tem, conforme avaliação
do estafe tucano.
À TV Globo, o comitê da campanha justificou a ausência aos
"ataques" feitos pelo candidato
do PT ao longo da campanha. À
Folha, o termo empregado foi o
"destempero" do adversário.
O que seria um debate virou
uma entrevista de 30 minutos,
com o petista. "Se ele estivesse
aqui, teria feito perguntas diretamente. Como não veio, não
achei apropriado questionar a
bancada vazia. Acho que aquilo
fala por si só", disse Miranda.
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