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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
O alvo é o PT
Mais do que o varejão de cargos de cada um nos Estados, o recado que os peemedebistas rebelados do
Senado quiseram mandar para o Palácio do Planalto é
de interesse comum dos dez "não-alinhados" e de Renan Calheiros (AL): controlem já o PT.
Isso inclui desde o apetite do partido de Lula por
cargos até os sinais de que petistas como Aloizio Mercadante (SP) e Tião Viana (AC) operam para apear
Renan da presidência da Casa depois de ajudá-lo a salvar o mandato. Resta saber o efeito que terá. Ideli Salvatti (PT-SC) não parecia surpresa com a sublevação
peemedebista. Já Mercadante faz que não é com ele e
tem dito a senadores que vai continuar afirmando que
o melhor para o Senado seria o afastamento de Renan.
Jacaré. No PMDB, há quem
assegure que Renan não foi o
artífice da rebelião dos senadores, pois não comandaria
mais o bloco de modo uniforme. Segundo a tese, ele teria
aproveitado para surfar na
onda e mostrar que o partido
pode emparedar o governo.
À deriva. Hélio Costa (Comunicações) foi posto no índex do Planalto. Sem ascendência sobre a bancada mineira do PMDB da Câmara,
que ameaçou votar contra a
CPMF, não controlou sequer
o próprio suplente: Wellington Salgado engrossou a rebelião peemedebista no Senado.
Mais problema. Diante
da derrubada da medida provisória que criava a Secretaria
de Longo Prazo, passou batida a alteração de outra MP,
que voltará à Câmara e trancará a pauta antes da votação
em segundo turno da CPMF.
Sugar? Do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), sobre a
derrubada da medida provisória que criou a secretaria de
Mangabeira Unger: "Quem
mais comemorou foi o rapaz
que serve café no Palácio do
Planalto: não vai mais precisar de tradução simultânea".
Bolsa. Enquanto senadores
reclamam, deputados do
PMDB seguem bem servidos.
Elcione Barbalho (PMDB-PA), ex-mulher do deputado
Jader Barbalho (PMDB-PA),
indicou o novo diretor-executivo da Funasa. O segundo
cargo na hierarquia da estatal
será ocupado pelo também
paraense Josenir Gonçalves.
À pururuca. Walfrido dos
Mares Guia recebeu muito tapinha nas costas de petistas
no aniversário de José Múcio
(PTB-PE), entre um prato e
outro de leitão com torresmo.
Nas rodinhas, o ministro
mostrava pessimismo com o
teor da denúncia da Procuradoria Geral da República sobre o valerioduto mineiro.
Bombeiro. Gilberto Carvalho jantou na terça-feira com
parte da bancada petista da
Câmara, que alega estar sendo
tratada com "displicência"
pelo governo. Como o presidente do partido, Ricardo
Berzoini, anda desprestigiado
no Planalto, os deputados pediram que o chefe-de-gabinete assuma tal "interlocução".
Para constar. Além de
apresentar voto contrário ao
do relator da CPI do Apagão
Aéreo da Câmara, Marco
Maia (PT-RS), a oposição lerá,
na sessão de votação da semana que vem, uma lista de todos os requerimentos rejeitados por obra dos governistas.
Para lembrar. Os opositores também preparam uma
homenagem ao deputado Júlio Redecker (PSDB-RS),
morto no acidente com o Airbus da TAM, em 17 de julho.
Tô fora. De Marco Maia sobre o fato de não ter pedido o
indiciamento dos ex-diretores da Anac: "Seria bom politicamente, mas ruim tecnicamente. Não vou assumir sozinho uma trapalhada dessas."
Balanço. Pelo menos 215
políticos foram cassados com
base no dispositivo de 1999
que prevê perda de mandato
para quem compra votos. Os
números constam de levantamento do TSE feito por ocasião dos dez anos de vigência
da atual legislação eleitoral.
Tiroteio
"Só falta aos peemedebistas pedirem
a cadeira do presidente da República".
Do deputado federal DEVANIR RIBEIRO (PT-SP) sobre a derrota do governo no Senado por causa da "insatisfação não sei de quê" do PMDB, segundo expressão usada por Renan Calheiros.
Contraponto
Dose dupla
A sessão na Câmara já entrava na madrugada de ontem
quando o líder do PMDB, Henrique Alves (RN), subiu à
tribuna e começou a ler uma planilha com o número de
parlamentares do partido que estavam apoiando o Planalto na derrubada dos destaques da CPMF.
-Primeiro foram 78 deputados. Na votação passada foram 79. Agora vamos dar 80 votos para o governo!-, gabou-se o peemedebista.
Do plenário, o opositor José Aníbal (PSDB-SP) aproveitou o clima de toma-lá-dá-cá e disparou:
-Ei, isso aí vale duas diretorias da Petrobras!
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