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ELEIÇÕES 2008 / RIO DE JANEIRO
Paes prefere Crivella a Gabeira no 2º turno
Peemedebista não acredita que senador conseguirá atrair eleitores de candidatos de esquerda, como Jandira Feghali
Já o candidato do PV vem crescendo nas pesquisas da intenção de votos e, para Paes, pode agregar votos até do DEM de Cesar Maia
e da candidata Solange
Carlos Moraes/Agência O Dia
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Gabeira faz corpo-a-corpo na Tijuca ao lado de seu jipe de campanha, batizado de "Gabeirão"
ITALO NOGUEIRA
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Consolidado na liderança da
disputa pela Prefeitura do Rio,
Eduardo Paes (PMDB) torce
para enfrentar Marcelo Crivella (PRB) no segundo turno. Ele
teme que, na reta final do primeiro turno, Crivella venha a
ser suplantado pelo "verde"
Fernando Gabeira.
Na avaliação do estafe de
Paes, só Crivella e Gabeira têm
condições reais de chegar ao segundo turno, com mais chances
para o representante do PV, na
disputa pela sucessão do prefeito Cesar Maia (DEM). Isso
porque Gabeira vem crescendo
nas pesquisas da intenção de
votos e Crivella estagnou em
18%, a contar as duas últimas
pesquisas Datafolha.
De acordo com o instituto,
Paes lidera com 29%, seguido
de Crivella, Gabeira, com 15%, e
Jandira Feghali (PC do B), parada em 13% nas duas pesquisas mais recentes.
Embora não diga em público
o que conversa com assessores,
Paes, 38, prefere Crivella, 50,
por entender que o senador e
bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus não
conseguirá atrair eleitores dos
candidatos de esquerda, como
Jandira Feghali (PC do B),
Alessandro Molon (PT) e Chico
Alencar (PSOL).
Esses eleitores acabariam
anulando o voto ou escolhendo
Paes, na análise da cúpula da
campanha peemedebista. Sem
falar no índice de rejeição de
Crivella, maior que o de Gabeira -38% contra 24%.
Já o candidato do PV, para
Paes, pode agregar votos da esquerda e até do DEM de Cesar
Maia e de sua candidata, Solange Amaral -embora, já neste
turno, políticos do DEM tenham aderido, ainda que veladamente, ao peemedebista.
"Vou continuar fazendo a
campanha do jeito que venho
fazendo. O que interessa à população são os problemas da cidade e as soluções para esses
problemas. Não tem ninguém
no segundo turno ainda para se
escolher adversário. Todas as
candidaturas devem ser respeitadas", disse Paes.
Para a última semana de
campanha, Paes prepara programa especial de TV, a ser
transmitido na quarta-feira, e
intensificará as visitas nas zonas norte e oeste, redutos em
que Crivella tem força e onde
Gabeira quer avançar.
O comando da campanha do
PRB deve centrar na última semana eventos em áreas populares, onde acredita que poderá
conseguir votos para ir ao segundo turno. Se passar dessa
fase, Crivella buscará atingir o
eleitorado mais sofisticado e
escolarizado.
O principal entrave à campanha do senador foi o pouco
tempo de TV. Na pré-campanha, Crivella chegou a negociar
o apoio do PTB, o que lhe daria
cerca de três minutos em cada
bloco diário, além de mais inserções. Os trabalhistas preferiram o PMDB, após a escolha
de Paes. Para o PRB de Crivella,
sobrou aliança com os nanicos
PR, PRTB e PSDC.
"No segundo turno, com dez
minutos para cada um, duas vezes por dia, conseguirei subir.
Acho que com esse tempo de
TV vamos acabar com toda essa
injúria contra a minha candidatura", disse Crivella, que se
considera vítima de preconceito religioso. No primeiro turno,
a campanha do senador para as
classes média e alta foi focada
em reuniões particulares, com
articulação de sua mulher,
Sylvia Jane Hodge Crivella.
Após embolar com Crivella e
Feghali, Gabeira, 67, privilegiará na última semana a zona oeste, onde seu candidato a vice, o
deputado estadual Luiz Paulo
Corrêa da Rocha (PSDB), é conhecido. O objetivo é ter votos
de setores mais populares.
Uma novidade da campanha
será o jipe, já batizado de "Gabeirão", com que o candidato
planeja percorrer a cidade.
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