São Paulo, segunda-feira, 28 de setembro de 2009

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outro lado

Ministério bloqueia repasses para atualizar dados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, evasão escolar, mudanças de cidade ou de instituição de ensino e problemas no envio de informações das escolas ao sistema do governo federal estão entre os potenciais motivos para o atual índice de adolescentes sem informações sobre frequência escolar.
Enquanto não identifica as causas reais, o que será buscado num estudo interno que já foi encomendado, o ministério decidiu bloquear no mês passado 600 mil benefícios variáveis (de crianças e de adolescentes) daqueles que não têm a carga horária escolar acompanhada.
O bloqueio é um sinal de alerta à família beneficiada para que atualize os dados de seus filhos até o final deste ano. Caso não o faça, o benefício será cancelado no ano que vem.
A suspensão vale apenas para o valor referente à criança (R$ 22) e/ou ao adolescente (R$ 33). O benefício básico de R$ 68, por exemplo, vai ser repassado normalmente a essas famílias.
No ano passado, quando foram bloqueados 222,6 mil benefícios do Bolsa Família também por falta de informações sobre a carga horária escolar, metade dos beneficiados atualizou os dados e teve os pagamentos liberados pelo governo em seguida. De acordo com a pasta do Desenvolvimento Social, 51,6 mil foram cancelados.

Vilão
Lúcia Modesto, secretária de Renda de Cidadania do ministério, aponta as ofertas no mercado de trabalho como uma espécie de vilão dos adolescentes.
A secretária aponta dois cenários distintos: 1) diante de uma crise econômica e do consequente desemprego, o jovem é empurrado a trabalhar para socorrer a família; 2) com a economia em crescimento, o jovem se sente motivado a deixar a escola e aceitar uma determinada oferta de emprego.
Além disso, outro fator de estímulo à evasão escolar está na defasagem entre a idade e a série em curso. Do 1,9 milhão de adolescentes no programa, 70% ainda estão no ensino fundamental.
"Quando você avança na idade escolar, com, por exemplo, um menino de 16 anos ainda na metade do ensino fundamental, isso é um incentivo para ele deixar a escola", afirma a secretária de Renda de Cidadania.


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