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outro lado
Ministério bloqueia repasses para atualizar dados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, evasão escolar, mudanças de cidade ou de instituição de ensino e problemas no
envio de informações das escolas ao sistema do governo
federal estão entre os potenciais motivos para o atual índice de adolescentes sem informações sobre frequência
escolar.
Enquanto não identifica as
causas reais, o que será buscado num estudo interno
que já foi encomendado, o
ministério decidiu bloquear
no mês passado 600 mil benefícios variáveis (de crianças e de adolescentes) daqueles que não têm a carga horária escolar acompanhada.
O bloqueio é um sinal de
alerta à família beneficiada
para que atualize os dados de
seus filhos até o final deste
ano. Caso não o faça, o benefício será cancelado no ano
que vem.
A suspensão vale apenas
para o valor referente à
criança (R$ 22) e/ou ao adolescente (R$ 33). O benefício
básico de R$ 68, por exemplo, vai ser repassado normalmente a essas famílias.
No ano passado, quando
foram bloqueados 222,6 mil
benefícios do Bolsa Família
também por falta de informações sobre a carga horária
escolar, metade dos beneficiados atualizou os dados e
teve os pagamentos liberados pelo governo em seguida.
De acordo com a pasta do
Desenvolvimento Social,
51,6 mil foram cancelados.
Vilão
Lúcia Modesto, secretária
de Renda de Cidadania do
ministério, aponta as ofertas
no mercado de trabalho como uma espécie de vilão dos
adolescentes.
A secretária aponta dois
cenários distintos: 1) diante
de uma crise econômica e do
consequente desemprego, o
jovem é empurrado a trabalhar para socorrer a família;
2) com a economia em crescimento, o jovem se sente
motivado a deixar a escola e
aceitar uma determinada
oferta de emprego.
Além disso, outro fator de
estímulo à evasão escolar está na defasagem entre a idade e a série em curso. Do 1,9
milhão de adolescentes no
programa, 70% ainda estão
no ensino fundamental.
"Quando você avança na
idade escolar, com, por
exemplo, um menino de 16
anos ainda na metade do ensino fundamental, isso é um
incentivo para ele deixar a
escola", afirma a secretária
de Renda de Cidadania.
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