SILVANA DE FREITAS
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva deve ser anunciada oficialmente hoje à noite pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em sessão plenária, ainda que a apuração não tenha sido toda concluída. Até a 0h de hoje, com 98,7% dos votos apurados, ele já ultrapassava os 52 milhões de votos, contra 32 milhões de José Serra.
Ontem mais eleitores deixaram de votar em relação ao primeiro turno, apesar de não ter havido desta vez o transtorno das enormes filas registrado no dia 6.
Conforme o boletim do TSE das 21h22, quando 72,8% dos votos haviam sido apurados, o índice de abstenção estava em 20,18%, um pouco superior aos 17,7% da votação do início do mês.
O vice-presidente do TSE, ministro Sepúlveda Pertence, atribuiu a queda no comparecimento à larga distância entre os dois presidenciáveis nas últimas pesquisas. Mas, observou, a variação não seria significativa em relação ao primeiro turno. Ele classificou como "pouco provável" que eleitores tenham tido "medo de filas".
Pertence afirmou que estuda diminuir o número de eleitores por seção, uma das principais causas das filas no primeiro turno. "Mais de 400 ou 450 eleitores por seção é inviável." Em um terço dos locais de votação de São Paulo, o número de votantes supera 500.
O número de urnas eletrônicas que tiveram de ser trocadas diminuiu em relação ao primeiro turno -de 5.198 para 3.020. No dia 6 de outubro, 325 urnas apresentaram defeitos permanentes, obrigando a adoção de voto manual. Ontem, foram 276, sendo 192 com sistema de voto impresso.
No Estado de São Paulo, 378 urnas tiveram de ser substituídas por apresentar problemas técnicos -150 na capital. Foram trocadas pelo voto manual 21 delas -sendo 6 na cidade de São Paulo.
No balanço geral, o segundo turno foi considerado muito mais tranquilo que o primeiro. O TSE informou que, onde houve atraso, a votação se estendeu por pouco mais de uma hora. Às 20h45 do dia 6, havia filas em dez Estados além do Distrito Federal.