CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao sair de seu prédio na tarde de ontem, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que leria livros do poeta Carlos Drummond de Andrade para se preparar "espiritualmente" para a nova fase. "Vou me deliciar com esses Carlos Drummond para me preparar espiritualmente para os próximos dias."
Lula se mostrou otimista, a julgar pela escolha dos livros de Drummond que carregava: o volume de crônicas "Caminhos de João Brandão" e "Farewell", o trabalho final do mineiro, um dos principais poetas brasileiros. O primeiro, de 1970, reúne imaginativas historietas estreladas pelo personagem João Brandão. Certa vez, quando lhe perguntaram quem era Brandão, o autor disse: "É o homem qualquer", com quem aconteciam histórias fantásticas.
E "Farewell"? Publicado em 96, nove anos após a morte do escritor -cujo centenário se comemora na quinta-, o volume é considerado seu testamento poético, o "adeus". O ex-operário está em fase de grandes despedidas. Após três tentativas frustradas, o "homem qualquer" Lula da Silva, como Brandão, encontrou o fantástico.


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