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DIPLOMACIA
Em reunião reservada para amigos e representantes
estrangeiros, presidente eleito diz que sabe do significado de sua
vitória para o Brasil e para o continente latino-americano
Lula diz que olhará para América Latina
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
O presidente eleito Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) afirmou ontem
que sabe o que significa sua eleição para o Brasil e para todo o
continente latino-americano.
Disse que governará "olhando para o povo brasileiro mas também
para o povo da nossa querida
América Latina".
Lula fez a afirmação durante
discurso improvisado para uma
platéia de cerca 150 amigos e representantes de governos estrangeiros. Tratava-se de uma confraternização fechada à imprensa à
qual a Folha teve acesso.
Ele disse que fará de tudo para
que o continente viva em harmonia e paz, "mas também sem fome". "Quero mostrar para os pobres do nosso continente que eles
podem, que são capazes", disse.
Segundo o presidente eleito, sua
eleição é um exemplo para que todos aqueles que no continente lutam por uma sociedade mais justa
não esmoreçam.
Lula disse que está colhendo hoje o que muitos plantaram, "no
Brasil e na América Latina", muito antes até de o PT ser fundado.
Na reunião, o senador eleito
Aloizio Mercadante (PT-SP) leu
uma carta do primeiro-ministro
da Alemanha, Gerhard Schröder,
entregue por um representante
do governo alemão.
No documento, Schröder afirmava que a Alemanha tem todo o
interesse em estreitar ainda mais
o relacionamento com o Brasil.
Mercadante leu também uma
carta de Jacques Chirac, presidente francês, que dizia que a França
sabe identificar os grandes acontecimentos históricos do mundo.
Clima
Na sala reservada, as pessoas
que esperavam pelo presidente
eleito assistiram à reportagem do
"Fantástico" que contava a trajetória de Lula. Vários amigos do
petista choraram.
Quando Lula chegou ao local,
muitos subiram nas cadeiras para
aplaudi-lo e cantar parabéns.
A platéia vaiava todas as vezes
em que os apresentadores do
"Fantástico" faziam perguntas
consideradas "inconvenientes" a
Lula, como a que Pedro Bial fez
sobre o que o presidente eleito esperava como reação do mercado
financeiro hoje.
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