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O candidato do PT anunciou que irá visitar as principais cidades do Estado a partir de novembro para agradecer aos seus eleitores
Derrotado, Genoino quer consolidar sua liderança
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao assumir sua derrota para o
tucano Geraldo Alckmin na corrida ao Palácio dos Bandeirantes e
ao mesmo tempo intitular sua
campanha como "vitoriosa", José
Genoino (PT) anunciou que irá
visitar, a partir de novembro, as
principais cidades do Estado a fim
de agradecer à militância petista
pela votação que obteve nos dois
turnos do pleito. "Não estou triste, e sim muito alegre", disse o petista, que recebeu mais de 8 milhões de votos no segundo turno.
O objetivo do partido é consolidar seu nome como uma liderança no Estado. "Vamos agradecer
e, é claro, manter vivo... manter
esse pique do PT", disse Paulo
Frateschi, presidente estadual do
PT. "Saímos dessa campanha (...)
com um grande líder popular no
Estado de São Paulo, o que nós
nunca tivemos", acrescentou.
Para Genoino, o fato de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) ter chegado à Presidência da República,
objetivo que o partido perseguia
desde 1989, já é motivo de emoção
e de comemoração. "É um momento especial de uma geração
que fez apostas para melhorar o
futuro deste país."
Ele não quis dizer se participará
ou não da equipe de transição em
Brasília (DF). "A partir de agora,
coloco-me à disposição do partido para atuar em todo o Estado.
Os temas do Estado vão continuar
me interessando muito."
Sobre seu futuro político, Genoino disse que até o final do ano
cumprirá com a "garra de sempre" seus últimos dias de mandato como deputado federal.
O candidato petista disse que
"não passam de especulações" as
informações de que seu nome já
estaria certo no Ministério da Defesa. "Isso não existe, pois eu nunca conversei isso com ninguém.
Hoje não tenho preocupações
com cargos no governo do Lula."
Genoino ainda agradeceu aos
partidos que formaram sua coligação ao lado do PT (PC do B e
PCB), às demais siglas e lideranças políticas que aderiram à campanha durante o segundo turno, à
prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), e à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
"A minha votação exige um
agradecimento, foi minha primeira eleição majoritária, a primeira
vez que o PT chegou ao segundo
turno no Estado, elegemos o senador mais bem votado do Brasil
[Aloizio Mercadante"."
Questionado se já se considera
um nome credenciado no PT para
as próximas eleições ao governo,
em 2006, Genoino declarou: "Eu
sou apaixonado pela política. Essa
campanha foi um dos momentos
mais importantes da minha vida.
A perspectiva do Executivo me
apaixona. Mas eu ainda não estou
pensando em 2006, só em 2002."
Para ele, a campanha foi recompensadora. "Eu fiz essa campanha
com muito sonho, com muito
idealismo, uma campanha de alto
nível, sem agressões. Eu termino a
campanha com o dever cumprido
e com a consciência tranquila."
Após a coletiva, concedida por
volta das 19h, Genoino foi se encontrar com Lula em um hotel de
São Paulo para em seguida festejar na avenida Paulista (centro).
Militância
Genoino deixou de lado ontem
a agenda oficial, descolou-se de figuras importantes do PT e foi fazer campanha na rua, ao lado da
militância, para tentar reverter a
vantagem, apontada em pesquisas, do tucano Geraldo Alckmin.
Genoino, cuja programação inicial previa acompanhar a votação
da prefeita Marta Suplicy e de Lula, optou por fazer caminhadas
em redutos petistas na periferia
de São Paulo. O candidato, que
votou pela manhã na zona oeste,
passou por São Bernardo do
Campo, no ABC Paulista, e visitou
também os extremos das zonas
leste e sul da capital, percorrendo
quase 200 km de carro.
O petista se recusou pela manhã
e à tarde a comentar seu futuro
em caso de derrota na disputa estadual. Afirmava não acreditar
nos institutos de pesquisa e que a
militância do PT poderia reverter
nas ruas qualquer tipo de resultado desfavorável. "Temos uma militância na rua com um nível de
entusiasmo fantástico. Estou otimista", afirmou Genoino.
O candidato voltou a fazer críticas ontem ao seu adversário na
disputa ao governo, dizendo que,
enquanto ele e Lula tinham um
"projeto comum", Alckmin escondia a sua preferência para a
Presidência da República.
"O meu adversário escondeu o
candidato dele para a Presidência
da República e só está onde está
porque andou muitos anos na carona de Mário Covas", disse.
Genoino chegou às 7h40 à escola em que vota, na av. Vital Brasil,
aguardou a abertura dos portões e
resistiu ao pedido do juiz eleitoral
para que "furasse" a fila. "Faço
questão de esperar no final. É meu
direito, inegociável", afirmou Genoino, que esperou mais de meia
hora para votar, acompanhado da
mulher, Rioco, e dos filhos Ronan, 18, e Miruna, 21.
No primeiro turno, acompanhado de Marta, ele chegou a enfrentar os protestos de uma mulher ao passar na frente dos demais eleitores. Naquele dia, ele e a
prefeita também foram vaiados
na escola em que ela votou, nos
Jardins, na região central.
Depois de votar, Genoino seguiu para São Bernardo do Campo, onde acompanhou a votação
de seu vice, Luiz Marinho, e se dirigiu ao apartamento de Lula, para comemorar os 57 anos do candidato do PT à Presidência.
Diferentemente do primeiro
turno, a estratégia adotada ontem
de priorizar a periferia só lhe rendeu cumprimentos, elogios e
aplausos.
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