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PMDB se recupera e ganha Sul; PSDB se concentra no Sudeste e governa maior número de Estados e 49,7 milhões de eleitores
PT perde nos Estados mais importantes
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT ganhou a Presidência da
República, mas fracassou nas eleições estaduais. Perdeu as eleições
para os governos dos Estados
mais importantes. Das oito disputas em que esteve no segundo turno, a sigla de Lula tinha vencido
apenas uma (Mato Grosso do Sul)
até o início da madrugada de hoje.
Já havia perdido em definitivo em
cinco Estados (Amapá, Ceará, Rio
Grande do Sul, Roraima e São
Paulo). Havia duas pendências
-Pará, cujo resultado só seria conhecido na manhã de hoje, e Distrito Federal, onde a disputa estava voto a voto.
Os petistas ganharam três Estados em 98 (Acre, Mato Grosso do
Sul e Rio Grande do Sul). Desta
vez, devem ficar com o mesmo
número (Acre, Mato Grosso do
Sul e Piauí). Em termos de eleitorado governado, o PT tinha 9,1
milhões eleitores depois do pleito
de 98. Agora, com a troca dos gaúchos pelos piauienses, ficará com
apenas 3,6 milhões de eleitores
nos Estados.
Em resumo: o PT saiu das eleições pelos governos estaduais
pior do que entrou.
A seguir, uma compilação dos
resultados estaduais e das consequências para as principais siglas:
1) PT - o partido foi alijado dos
governos das regiões Sul e Sudeste. A derrota mais amarga foi a do
Rio Grande do Sul. Em 1998, a sigla havia conquistado aquele governo estadual, com Olívio Dutra.
Com um eleitorado de 7,4 milhões (o quinto maior do país), o
Rio Grande do Sul era a principal
vitrine petista.
Intransigente no campo das
alianças ao centro, enredado em
várias disputas internas e com o
governador Olívio Dutra citado
num escândalo com o jogo do bicho, o PT resolveu lançar Tarso
Genro para a disputa estadual.
Tarso renunciou ao cargo de
prefeito de Porto Alegre para concorrer. Sua escolha emitiu um sinal de desaprovação, do próprio
PT gaúcho, em relação à administração de Olívio Dutra. Ontem,
veio a derrota nas urnas.
Em São Paulo, a derrota de José
Genoino para o tucano Geraldo
Alckmin foi considerada menos
negativa pela direção do PT. A sigla nunca havia conseguido chegar tão longe nesse Estado. Acabou superando o malufismo e fez
a maior bancada de deputados federais e estaduais no Estado.
Em 2003, o Estado mais importante que será governado pelo PT
é o Mato Grosso do Sul (21º eleitorado brasileiro, com apenas 1,4
milhão de eleitores).
2) PMDB - elegeu todos os três
governadores dos Estados da região Sul -Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Paraná.
Nenhum dos eleitos é neófito na
política. Germano Rigotto (RS),
Luiz Henrique (SC) e Roberto Requião (PR) são integrantes tradicionais do PMDB. Devem puxar
para si a hegemonia da sigla, concentrada hoje nas mãos de um
grupo de congressistas que optou
por dar apoio ao governo FHC em
troca de cargos.
O outro líder peemedebista que
se consolida é Jarbas Vasconcelos,
governador reeleito de Pernambuco ainda no primeiro turno. Serão esses quatro políticos -Jarbas, Rigotto, Luiz Henrique e Requião- os principais responsáveis pela interlocução com o governo federal de Lula.
3) PSDB - continua forte no Sudeste, região onde nasceu. Manteve São Paulo e governará também
Minas Gerais. Os tucanos terão
sob seu governo 49,7 milhões de
eleitores nos Estados -considerando apenas os locais onde já haviam garantido vitória até o início
da madrugada de hoje (Ceará,
Goiás, Minas Gerais, Paraíba,
Rondônia e São Paulo).
Nenhuma outra sigla governará
tantos Estados e terá tantos eleitores sob seu comando localmente
como o PSDB.
4) PFL e PPB - os dois partidos
seguem com dificuldades no Sul e
no Sudeste. O governador de Santa Catarina, Esperidião Amin
(PPB), não foi reeleito.
A maior vitrine do PFL continuará sendo a Bahia, Estado com
o quarto maior eleitorado e dominado por pefelistas, tendo à frente
ACM (senador eleito).
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