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Resultado afeta status de Maluf no PPB
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a vitória de Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-prefeito Paulo
Maluf, 71, corre o risco de perder
o controle sobre o PPB de São
Paulo. Maluf, contrariando a opinião dos deputados de seu partido, apostou no petista José Genoino no segundo turno.
Dos dez deputados estaduais e
federais eleitos pelo PPB para o
próximo exercício, nove não seguiram a recomendação de Maluf. Os dissidentes fizeram campanha em suas bases eleitorais para Alckmin e agora querem participar do governo.
Alckmin, que viu seu bloco de
sustentação na Assembléia "emagrecer" após a eleição de 6 de outubro (o PSDB diminuiu de 24 para 18 cadeiras, o PTB, de 13 para
seis, e o PFL, de nove para seis),
irá precisar do apoio dos pepebistas, principalmente, para enfrentar o PT (que passou de 13 para 23
cadeiras).
O governador deverá dar espaço ao PPB no governo, minando
ainda mais o já frágil comando de
Maluf no partido após a eleição
estadual -pela primeira vez, desde a disputa presidencial de 1989,
o cacique pepebista ficou fora de
um segundo turno.
Ontem, depois de votar, Maluf
afirmou que sua opção por Genoino foi "coerente". "Não sou
petista. Fui e sou antitucano", disse o ex-prefeito, que polarizou
com Alckmin no primeiro turno.
Sua mulher, Sylvia, que votou
no mesmo colégio que ele, também aderiu ao posicionamento de
Maluf. "Voto com o meu marido.
Tenho muitos vizinhos que também irão votar no PT." Sob a alegação de que o voto é secreto, o
casal evitou revelar a preferência
para a disputa nacional.
Crise
A derrota de Genoino não foi
uma surpresa para Maluf. Segundo pessoas próximas, o ex-prefeito tem interesse em continuar polarizando com os tucanos e assim
reconstruir o caminho para as
próximas eleições.
Mas, para isso, Maluf terá de enfrentar as resistências de seus próprios partidários, que desejam o
fim da hegemonia malufista em
São Paulo e defendem, ainda que
nos bastidores, a construção de
novas lideranças.
Se a derrota de Genoino não o
surpreendeu, a surpresa veio com
o desligamento de um de seus
mais fiéis aliados. O deputado federal Cunha Bueno, que disputou
uma vaga para o Senado, pediu
afastamento do partido. A interlocutores, Bueno considerou inconcebível o apoio de Maluf, ex-governador biônico pela Arena,
ao ex-guerrilheiro petista.
Outro aliado de primeiro escalão, o deputado Delfim Netto
(PPB) disse a interlocutores que
não apoiaria Maluf em mais uma
disputa eleitoral.
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