MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Em uma disputa acirrada, o tucano Simão Jatene bateu a petista Maria do Carmo e é o novo governador do Pará. Com a vitória, o PSDB do atual governador, Almir Gabriel, caminha para três mandatos seguidos no poder estadual.
As últimas urnas com os disquetes chegarão apenas hoje pela manhã em Belém (PA), vindas de avião e de barco. São ao menos 20 urnas. Com 91% das urnas apuradas, Jatene tinha 51,7% e Maria, 48,03%. O TRE, o PT e o PSDB deram o pleito por encerrado.
O resultado deve ser proclamado ao meio-dia. Jatene, 53, e Maria, 41, só iriam se manifestar hoje. Ainda corre no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ação que pede a cassação de Jatene por uso de aviões e servidores do governo estadual durante a campanha -ele nega a acusação.
Numa corrida apertada, com diversas acusações dos dois lados, PT e PSDB estiveram tecnicamente empatados até o final. A tensão se reproduziu nas ruas, embora não tenha sido registrado nenhum incidente mais grave.
Uma emissora de rádio foi interditada por fazer propaganda favorecendo o PSDB e 30 pessoas foram presas no Pará por propaganda ilegal e boca-de-urna.
No município de Monte Alegre, no oeste do Estado, o chefe de gabinete da prefeitura local, Alaim Giorgio Baía Xavier, foi preso por transportar em seu carro folhetos com propaganda do tucano.
Em todo o Estado, 85 urnas apresentaram problemas e tiveram que ser trocadas, sendo 40 delas apenas na capital.
Em quatro urnas da capital, cerca de 1.600 eleitores tiveram que votar manualmente porque, mesmo depois de substituídos, os equipamentos continuaram a apresentar problemas.
Cerca de 950 militares, cem deles na capital, fizeram a segurança e o transporte da urnas para os pólos de transmissão dos votos.

Candidatos
Jatene votou por volta das 11h na sede social do Clube do Remo, em Belém. Ele foi recebido por militantes tucanos e por petistas que gritavam o nome da rival.
A candidata petista votou também pela manhã em Santarém, no sudeste do Estado. Maria retornou à capital no início da tarde para acompanhar a apuração.
Ao contrário do primeiro turno, a votação em Belém transcorreu normalmente e não houve filas, segundo o presidente do TRE, João Alberto Paiva.
"O atraso nas apurações pode ser atribuída às dimensões territoriais do Pará, com rios e votação em reservas indígenas", disse.


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