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DISTRITO FEDERAL
Com 98% dos votos apurados, governador tinha vantagem, mas diferença era só de 4.000 votos
Com votação indefinida, Roriz já festeja
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), candidato à reeleição, disputou voto a
voto a eleição com Geraldo Magela (PT) e, com 98% dos votos
apurados, tinha uma diferença de
cerca de 4.000 votos sobre o petista. No primeiro turno, Roriz teve
25.585 votos a mais que Magela.
Com pouco mais de 90% das urnas apuradas, Roriz ultrapassou
Magela, que saíra na frente e vinha mantendo uma diferença
constante de cerca de 10 mil votos.
Com mais de 92% das urnas apuradas, Magela passou Roriz por
apenas 28 votos, mas depois o governador voltou à liderança.
Às 21h40, com 70% das urnas
apuradas e Magela liderando com
mais de 10 mil votos, Roriz abriu
as portas de sua casa e anunciou
para as mais de 2.000 pessoas que
aguardavam na entrada que tinha
vencido. Projeções do PMDB indicavam a vitória do governador.
Roriz foi carregado pela multidão para um dos cinco trios elétricos que estavam no local e discursou. O governador disse para a
multidão, chorando, que foi a
maior vitória em toda a sua vida
pública e agradeceu a todos que
ajudaram a conquistar a vitória.
Roriz convidou a população para
ir a sua casa novamente hoje.
Sobre o relacionamento com
Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência, Roriz disse que vai ser um
governador de conciliação. "Procurarei o Lula para lhe dizer que
Brasília terá um governador que
saberá respeitá-lo como presidente. Não terei a menor dificuldade
em conviver com o Lula." Roriz
disse que assim que o resultado
oficial for promulgado, vai telefonar para Lula e depois visitá-lo.
A deputada federal eleita Maninha (PT-DF) disse que, mesmo
com a vitória de Roriz, a oposição
vai continuar investigando as denúncias em envolvimento de suposto esquema de grilagem de
terras públicas.
A divisão de votos era evidente
nas ruas de Brasília e nas cidades-satélites. Militantes do PT, com
bandeiras vermelhas, e do PMDB,
com bandeiras azuis, disputavam
espaço nas proximidades das seções eleitorais. O reforço do policiamento de rua com tropas Exército conteve os ânimos dos militantes exaltados.
Roriz chegou às 16h20 ao local
de votação, em Samambaia, cidade-satélite criada pelo governador
em 1988, a partir do assentamento
de migrantes sem-teto.
Um forte esquema de segurança
foi montado para a chegada de
Roriz: 16 policiais da Divisão de
Operações Especiais da Polícia Civil fizeram um corredor até a sala
onde ele votou. Ao lado da escola
havia 30 homens do Exército.
Cerca de 50 policiais militares fizeram uma barreira para isolar
petistas e peemedebistas.
Durante os 15 minutos em que
permaneceu na escola, Roriz foi
bastante aplaudido. Eleitores cantaram a música de sua campanha,
mas poucos conseguiram se aproximar do governador por causa
da segurança. Roriz levou 20 segundos para votar.
Magela votou no final da manhã
e chegou ao local de votação
acompanhado da mulher, Socorro Aquino, da vice, Katea Puccini,
e do senador eleito Cristovam
Buarque. Levou nove segundos
para votar, mas ficou no local por
cerca de uma hora.
Os adversários consideraram
que a festa feita por cerca de cem
militantes na zona eleitoral
-com bandeiraço e gritos de
"Fora Roriz"- infringiu a legislação e pediram a impugnação da
seção onde Magela votou. Até o
fechamento da edição, o TRE
(Tribunal Regional Eleitoral) não
havia decidido.
Logo depois de votar, Magela
disse estar confiante na vitória e
que só seria derrotado pela "fraude" e pela "irregularidade". No
entanto, afirmou que, caso Roriz
vença, pretende recorrer do resultado no TRE.
Segundo o TRE, 107 urnas eletrônicas e 64 impressoras foram
substituídas e 36 seções utilizaram cédulas de papel.
(LUIZA DAMÉ, SANDRO LIMA e FLÁVIA SANCHES)
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