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RIO GRANDE DO SUL
Apesar de dar mais votos para Lula, eleitorado gaúcho escolheu para o governo candidato do PMDB
Rigotto vence Tarso em bastião do PT
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
O deputado federal Germano
Rigotto (PMDB), 53, elegeu-se
ontem governador do Rio Grande
do Sul e impôs uma das maiores
derrotas eleitorais da história do
PT, justamente no ano em que o
petista Luiz Inácio Lula da Silva
chega à Presidência da República.
Rigotto conquistou 52,67% dos
votos válidos, contra 47,33% de
Tarso Genro (PT), 55, que foi
apoiado pelo atual governador,
Olívio Dutra (PT).
""Nosso projeto significará mais
desenvolvimento", afirmou Rigotto quando matematicamente
atingiu a vitória.
Ele prometeu fazer no Estado
um ""governo de união".
""Estou comovido e honrado
com o resultado", afirmou Tarso.
""Acato de maneira humilde o resultado das urnas."
Ainda ontem, em busca de votos, o candidato do PT ao governo
estadual alardeava seu vínculo
com Lula, com quem conversou
na rádio Guaíba.
""Pode ficar certo, Tarso, que,
você eleito governador, vamos
trabalhar juntos", disse Lula.
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT), afirmou de manhã,
na rádio Gaúcha: ""É muito bom o
governador poder pegar o telefone e dizer: "Como está, meu presidente?"" Rigotto protestou contra
a atitude da prefeita.
O peemedebista obteve a mais
ampla conquista dos três últimos
pleitos gaúchos.
Em 1994, Antônio Britto, então
no PMDB e hoje no PPS, bateu
Olívio Dutra por 52,2% a 47,8%.
Na eleição seguinte, em 1998,
Olívio levou a melhor sobre Britto, com 50,8% a 49,2%. Agora,
Britto, abatido no primeiro turno,
apoiou Rigotto.
Apesar da expansão do antipetismo nos quatro anos de governo
Olívio, Lula venceu no Estado o
presidenciável José Serra, apoiado
por Rigotto, por 55,84% a 44,16%
dos votos válidos.
A aparente contradição entre o
resultado das eleições estadual e
nacional reforça a impressão de
que o desgaste da gestão de Olívio
Dutra foi decisivo para a derrota
do seu correligionário.
Partidos como PL, PDT e PTB,
que estavam com Lula contra Serra, ficaram ao lado de Rigotto, e
não de Tarso.
Pesquisas
O resultado no Rio Grande do
Sul ficou bem longe do que algumas pesquisas indicavam.
O levantamento de boca-de-urna do Ibope apontou vantagem
de 12 pontos dos votos válidos
(56% a 44%) para Rigotto.
A projeção do Ibope divulgada
anteontem no jornal ""Zero Hora"
era de 16 pontos de diferença
(58% a 42%).
A pesquisa publicada no dia 19
mostrava o peemedebista 24 pontos (62% a 38%) à frente.
O Cepa, instituto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
projetou no sábado, também na
""Zero Hora", nove pontos percentuais dos votos válidos de vantagem para Rigotto. Nos números
revelados na quinta-feira, a diferença era de 19,2 pontos.
Na sexta, o Centro de Pesquisa
Correio do Povo estimou 5,2 pontos (52,6% a 47,4%) pró-Rigotto.
Com 97% da apuração, o resultado era exatamente esse.
À noite, Tarso Genro acusou a
RBS, empresa que edita a ""Zero
Hora" de ter ""manipulado" pesquisas para desestimular a base
petista. A rádio Gaúcha, do grupo
RBS, respondeu que a empresa
não faz pesquisas, mas as contrata
de institutos.
"A imprensa foi imparcial", disse Rigotto, ao falar como eleito.
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