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TODA MÍDIA
Ainda não
NELSON DE SÁ
No início da noite, um dos
destaques do UOL trazia o
título "Líder da campanha diz
que Serra já ganhou", referência
ao coordenador tucano Walter
Feldman.
Foi quando entrou no portal a
informação de que havia caído a
vantagem de José Serra sobre
Marta Suplicy, que ecoou no
SPTV e no Jornal Nacional
-que trouxeram ainda a queda
retratada no Ibope.
Da manchete do UOL:
- Vantagem de Serra sobre
Marta cai para 7 pontos.
Nada de "já ganhou", como
Serra bem avisou.
Bem diversas do portal foram
as manchetes dos sites eleitorais
de Serra e Marta.
Para o primeiro, "Serra é líder
no Ibope e no Datafolha".
Para o segundo, "A virada já
começou!!! Datafolha e Ibope
confirmam: Marta cresce".
Por coincidência ou não, duas
horas depois o horário eleitoral
tucano entrou com o mais duro
ataque a Marta, desde o início da
campanha.
De uma só vez, jogou no ar as
imagens dos célebres bate-bocas
entre a prefeita e uma dentista,
mostrado originalmente pelo
Brasil Urgente (Band), e entre a
prefeita e o âncora do SPTV,
Chico Pinheiro.
Do locutor da propaganda do
PSDB, sobre as cenas:
- É lamentável que a prefeita
de São Paulo, que tem que dar o
exemplo aos eleitores, tenha um
comportamento desse tipo.
A palavra "comportamento",
em relação a Marta, foi repetida
cinco vezes.
SOB BALA
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Soldado brasileiro em tiroteio no Haiti, na Globo |
Por conta da eleição nos
Estados Unidos, vêem-se à
exaustão os confrontos no
Iraque. Mas as imagens que
chegam do Haiti começam
a ganhar dramaticidade. Na
Globo e nas demais redes,
ontem, "um momento de
tensão para as tropas do
Brasil no Haiti":
- As tropas foram atacadas a tiros por rebeldes leais
ao ex-presidente Jean-Bertrand Aristide. Elas revidaram.
Não há informações sobre mortos ou feridos.
Para o Brasil e o mundo
A Globo se perguntava
"quem é melhor para o
Brasil, Bush ou Kerry?", ontem
de manhã, e saía dizendo:
- A população condena a
guerra e parece preferir Kerry.
Mas empresários e acadêmicos
acham que Bush, por ser liberal
[em comércio], é melhor para a
economia brasileira.
Não para o ex-embaixador
Rubens Barbosa. Com um ou
com outro, disse ele:
- Nós vamos continuar a ter
excelentes relações diplomáticas
e continuar a ter uma série de
conflitos na área comercial.
A analista Míriam Leitão, na
seqüência, observou que Bush
não foi tão liberal. Mas destacou
que Kerry vai rediscutir acordos
comerciais e "incluir cláusulas
sociais e ambientais, para efeito
de sanções comerciais".
No UOL, Lillian Witte Fibe
tratou ontem do assunto com
Mendonça de Barros. Segundo
o ex-ministro, com Bush ou
Kerry, os EUA vão "exportar a
recessão" ao Brasil.
Antes da Globo e do UOL, o
"Valor" trouxe uma reportagem
ontem sobre como o governo vê
a eleição americana:
- Ainda que de uma forma
bastante discreta, a cúpula do
governo brasileiro torce pela
reeleição de Bush.
Estariam na torcida ministros
como Antônio Palocci, Roberto
Rodrigues e Luiz Furlan. Um
dos temores seria a escolha, para
secretário de agricultura na
eventual administração Kerry,
do governador de Iowa -dado
como protecionista.
Mas o governo Lula também
tem sua pequena torcida por
Kerry, liderada pelo chanceler
Celso Amorim, em defesa do
multilateralismo. Nessa direção,
um especialista ouvido disse que
não se pode esquecer que "o
Brasil está no mundo e, para o
mundo, Kerry é melhor".
Reportagem no site do "New
York Times" mostrou que
apreensão igual atinge governos
pelo resto do mundo.
Na Itália e no Japão, que
apoiaram a invasão do Iraque, a
torcida é por Bush. Já o britânico
Tony Blair, para se reaproximar
da Europa, vê Kerry com bons
olhos. Quanto à América Latina,
"as preferências estão ligadas a
questões comerciais".
Oportunidade
A imagem de uma longa fila de
caminhões no Paraná ilustrou
ontem uma reportagem do
"New York Times" sobre a
"pressão" que o crescimento do
comércio externo vem fazendo
sobre a infra-estrutura.
O texto, não de Larry Rohter,
mas do correspondente Todd
Benson, tratou a infra-estrutura
como setor de "oportunidade
para investimentos".
"Avalanche"
Na febre das declarações de
voto que está vivendo a mídia
americana, a publicação on-line
Slate abriu o de todos os seus
jornalistas e colaboradores.
John Kerry venceu, no que a
própria revista qualificou como
"uma avalanche". Até as estrelas
Christopher Hitchens e Mickey
Kaus, defensores ardorosos de
Bush quando invadiu o Iraque,
agora apoiaram Kerry.
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