São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2005
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HÁBITOS ARRAIGADOS Há condescendência com lavagem e dinheiro no país, diz Thomaz Bastos Para ministro, há cultura de crimes
FÁBIO GUIBU DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem em Recife que há "uma cultura de condescendência com a lavagem de dinheiro" no Brasil e que os pequenos delitos são responsáveis pela "grande cultura do caixa dois" no país. "Existe no Brasil, solidamente estabelecida, uma cultura de condescendência com a lavagem de dinheiro", declarou. "As pessoas pagam um preço menor quando não recebem recibo, passam escritura por um valor mais baixo. Isso tudo é muito ruim na luta pela ética e na luta contra o crime", afirmou. "Essas pequenas coisas é que estão criando essa grande cultura de caixa dois", disse. "Estão criando não, criaram essa cultura de caixa dois." Para ele, o problema da ética não é novo. "É um problema que já foi até objeto da deposição branca de um presidente da República", afirmou, referindo-se ao impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992. "Isso precisa acabar, por vários motivos. O principal deles é que [a lavagem] atrapalha a luta contra o crime organizado, porque essa massa de dinheiro acaba se misturando com o dinheiro do traficante de drogas, do traficante de seres humanos, de armas, que, esses sim, estão condenados ao caixa dois e têm de ser combatidos fortemente." Para Bastos, a prática da contratação de parentes no Judiciário também tornou-se um problema cultural. Mas ele acredita que os Tribunais de Justiça dos Estados cumprirão a determinação do Conselho Nacional de Justiça e demitirão os parentes dos magistrados. Em Recife, Márcio Thomaz Bastos participou da abertura de um congresso sobre reforma do Judiciário. Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Dívidas e segredos: Governo é pressionado por Valério e Delúbio Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/Retaliação: Oposição cobra impeachment em acareação Índice |
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