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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Bicudos
Em privado, Tasso Jereissati diz que em hipótese
nenhuma fica na presidência do PSDB em 2007 -em
princípio, seu mandato terminaria apenas em novembro- e sugere o nome de Geraldo Alckmin para
sucedê-lo, caso se confirme amanhã a vitória de Lula.
Se levar adiante a proposta, o senador baterá de
frente com José Serra, que não quer nem ouvir falar
nessa possibilidade. O grupo do governador eleito de
São Paulo defende que o comando do partido seja assumido por FHC, outro refratário à solução Alckmin.
Nesse jogo, só não está claro ainda o que fará o outro
tucano vitorioso, o mineiro Aécio Neves, com quem
Alckmin espera contar para conseguir a presidência.
Zerado. Ministros do Tribunal Superior Eleitoral não
acreditam que vá adiante o
processo por crime eleitoral
aberto contra Lula a pedido
da oposição por conta do dossiê. E dão como certo que até a
multa de R$ 900 mil imposta
ao presidente será revista.
Cronômetro. Membros da
CPI dos Sanguessugas dizem
que o timing do envio de dados pela Polícia Federal sobre
o dossiê foi combinado com o
presidente da comissão, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ).
"A PF se encarregou de segurar até sexta. E Biscaia, no fim
de semana", diz um opositor.
Extra. O clipping da Radiobras distribuído a autoridades, que normalmente inclui
notícias de jornais, abriu espaço ontem para reportagem
da "Carta Capital" sobre o suposto complô anti-Lula. Reportagens das revistas costumam circular em outra compilação, só no fim de semana.
Não há vaga. Zeca do PT
não esconde de aliados que
quer ser ministro num eventual segundo mandato de Lula. Mas pessoas próximas ao
presidente alegam que o governador de Mato Grosso do
Sul levaria à Brasília um novo
estoque de denúncias, além
das que já estão na praça.
Turbo. No segundo turno,
com menos de um mês de
campanha, Lula passou por 15
Estados, mesma quantidade
visitada nos dois meses e meio
da primeira etapa da eleição.
Zagueiros. Lula repetiu nos
últimos dias a aliados que desencorajará movimentos do
PT e do PMDB para ocupar a
presidência da Câmara. Para
o presidente, a repetição da
dupla Renan Calheiros
(PMDB-AL) e Aldo Rebelo
(PC do B-SP) é uma das condições para o início do novo
mandato em bons termos.
Pescaria. Depois de lançar
iscas para governadores eleitos ou favoritos nas pesquisas
do segundo turno, Lula agora
busca os derrotados magoados com seus partidos, como
Lúcio Alcântara (PSDB-CE) e
Paulo Souto (PFL-BA).
Tabu. O governador e ministeriável Jorge Viana fez campanha frenética no Acre, como se fosse ele o candidato.
Tudo para reverter a vitória
de Alckmin sobre Lula no Estado em que o PT vai para o
terceiro mandato no governo.
Prospecção. O baiano José
Sergio Gabrielli, todo-poderoso presidente da Petrobras,
tem procurado empresários
em busca de sugestões de nomes de peso para integrar o
primeiro escalão do governo
de Jaques Wagner (PT).
Seqüelas. Eduardo Campos
(PSB) emagreceu 13 kg na
campanha e, nesta reta final,
contraiu uma dermatite de
contato entre os dedos polegar e indicador direito. O candidato ao governo de Pernambuco afirma que o problema
apareceu por conta do excesso de apertos de mão.
Boa hora. Para Marco Maciel (PFL-PE), encerradas as
eleições o país não pode perder a chance de dar continuidade às reformas institucionais por meio do Congresso.
"É preciso aproveitar o momento em que os problemas
estão visíveis e as soluções já
são quase consensuais", diz o
senador e ex-vice-presidente.
Tiroteio
"É premonitório. Alckmin assinou uma lista de
coisas que não vai fazer se chegar à Presidência
porque sabe que não vai ser eleito".
Do coordenador da campanha de Lula, MARCO AURÉLIO GARCIA, sobre o fato de o candidato tucano à Presidência ter assinado documentos dizendo que não vai privatizar a Petrobrás, o Banco do Brasil e os
Correios, que não vai acabar com a Zona Franca de Manaus e que não
vai convocar uma nova Assembléia Constituinte.
Contraponto
Pregados
Em 1992, Carlos Cruz, na época secretário de Habitação
de São Paulo, foi a Tupã, no interior do Estado, inaugurar
obras do governo. Ao chegar, assessores o apresentaram
ao então prefeito da cidade, Jesus Guimarães (PMDB).
-Conheço o prefeito de longa data- comentou Cruz,
cumprimentado o peemedebista de forma efusiva.
Sem entender direito, pois nunca tinha visto o secretário na vida, Jesus tentou alertá-lo:
-Me desculpe, secretário, mas o senhor tem certeza?
Só então Cruz concluiu a piada "bíblica":
-Não seja ingrato. Jesus e Cruz estão unidos há quase
dois mil anos!
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