São Paulo, sábado, 28 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Alckmin diz que a mentira é "marca" do presidente

Tucano criticou o programa que prevê a concessão de rodovias à iniciativa privada

"Falaram de privatização e agora estão anunciando que vão privatizar estradas. Não há compromisso com a verdade", afirma tucano


TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

Numa rápida análise do que foi a campanha de seu adversário, o petista Lula, presidenciável Geraldo Alckmin disse que a marca de Lula foi "a mentira". Alckmin criticou ainda a declaração do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), que disse, na segunda, que ao réu é dado o direito de mentir na justiça.
"O governador da Bahia disse que o PT pode mentir. Não é possível fazer política dessa forma", analisou ele, logo depois de chegar ao Rio de Janeiro para o debate de ontem à noite na Rede Globo.
Ele censurou ainda o anúncio do plano de transportes petista que prevê a concessão de exploração de rodovias federais à iniciativa privada.
"A marca da campanha do Lula e do PT é a mentira. Veja que hoje está nos jornais que ele vai privatizar as estradas. Falaram de privatização e agora estão anunciando que vão privatizar estradas. É tudo para ganhar votos, não há compromisso com a verdade."
Alckmin disse, no entanto, não achar "errada" a privatização das estradas e retrucou dizendo que o PSDB não fez privatização, mas concessão e PPP (Parceria Público Privada).
Ao comentar a pergunta de um eleitor, sobre o suposto "loteamento da floresta Amazônica pelas multinacionais, ele voltou a usar a palavra privatização. "Acho que é a privatização da Amazônia, uma área 12 vezes superior ao estado do Acre. É um absurdo", disse.
Mesmo com 20 pontos percentuais em todas as pesquisas, o candidato disse que ainda acredita na vitória porque, "do ponto de vista ético, o Brasil pode ter um governo sério".
"O que vale é a eleição, que é domingo. Nós ainda vamos conversar [com eleitores], mostrar que o Brasil não pode perder tempo. O país precisa ter um governo ético, precisa ter um governo eficiente, que os serviços públicos melhores", afirmou Alckmin.
Como tem feito quase diariamente, o candidato voltou a criticar a demora da Polícia Federal em apontar de onde saiu o R$ 1,7 milhão que serviria para pagar um dossiê contra o tucano José Serra, eleito prefeito da cidade de São Paulo.

Preparação
Ao deixar o aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, Alckmin seguiu para um hotel na Barra da Tijuca, onde passou a tarde se preparando para o debate de ontem à noite.
"Preparação, são trinta anos, não adianta estudar em véspera de prova. São experiências acumuladas como prefeito, deputado, governador, co-piloto do Mário Covas, que foi um bom comandante", afirmou.
Ele estava acompanhado da mulher, Lu Alckmin, e dos três filhos Sophia, Geraldo e Thomaz. A previsão da agenda do candidato era de que ele dormiria no hotel no Rio. Hoje fará caminhada no Rio e volta, à tarde, para São Paulo.


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