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Se for reeleito, Lula deverá ter o apoio aberto de 17 governadores
Alckmin teria apoio de 10 governadores, entre reeleitos e favoritos no 2º turno
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os segundos turnos amanhã
em dez Estados, de acordo com
as pesquisas de intenção de voto disponíveis, devem dar ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) uma composição de
apoios inédita em toda a sua
história política.
Se for reeleito no domingo, o
petista tomará posse em 2007
com o apoio aberto de pelo menos 17 governadores que também assumem o poder em 1º de
janeiro. Esse grupo de governantes estará representando
um eleitorado total de 62,2 milhões, quase a metade da população do Brasil (49,4% do total
de eleitores registrados).
Em 2002, quando foi eleito
presidente, Lula começou
2003 com o apoio declarado só
de três governadores petistas
em Estados pequenos (Jorge
Viana, do Acre; Zeca do PT, de
Mato Grosso do Sul, e Wellington Dias, do Piauí), cujo eleitorado somado equivalia a meros
3,2% do Brasil.
Alckmin
O contraste fica mais evidente quando se observa o mapa do
Brasil que emergiu dos votos de
Lula e de seu adversário, o ex-governador paulista Geraldo
Alckmin (PSDB), no primeiro
turno da eleição presidencial,
no início deste mês. Enquanto
o candidato petista ficou com a
parte de cima do país, o tucano
dominou o Centro-Oeste, o Sul
e o Sudeste.
O cenário fica completamente diferente no mapa do Brasil
também colorido de vermelho
(PT) e azul (PSDB) indicando a
posição que cada governador
eleito tem a respeito da disputa
presidencial. Lula continua hegemônico no Norte e no Nordeste, mas agora avançou com
vigor para a região Centro-Oeste e para o Sul.
A situação de Alckmin não
pode ser considerada ruim,
pois o presidenciável tucano
tem o apoio de dez governadores que foram eleitos (ou são favoritos para vencer amanhã)
em localidades populosas -totalizam 63,7 milhões de eleitores (50,6% do país).
Contraste
O cenário só piora para Alckmin quando são comparados os
apoios que ele tem entre os futuros governadores (só a metade, em termos de eleitorado governado) e os que dispõe no
momento (a imensa maioria).
Hoje, entre os atuais governadores, Lula tem como aliados
14 deles, mas que representam
apenas 34,3 milhões de eleitores (27,3% do país). Alckmin fica com o restante do país.
A diferença a partir do novo
quadro de governadores que
tomam posse em 2007 se dará
pelo fato de o PT e políticos
aliados a Lula terem sido vitoriosos nas disputas estaduais
de Estados com grandes eleitorados. É o caso da Bahia (quarto
maior número de votantes do
país), onde o próximo governador será Jaques Wagner (PT),
ex-ministro de Lula (nas pastas
do Trabalho e Emprego e Desenvolvimento Econômico e
Social). Hoje, o solo baiano é reduto do PFL e pró-Alckmin.
Do ponto de vista eleitoral, é
mais valioso na disputa presidencial ter o apoio de quem vai
assumir o Estado do que daquele que saiu derrotado. Na
Bahia, a campanha mais vigorosa é a de Jaques Wagner
(pró-Lula) se comparada a do
que do atual governador e derrotado nas urnas, Paulo Souto
(PFL), que apoia os tucanos.
Outro caso a ser mencionado
é o do Rio de Janeiro, cuja governadora atual, Rosinha Garotinho (PMDB) -mulher do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB)- é hostil a Lula.
Já o possível eleito amanhã segundo as pesquisas, Sérgio Cabral, é um lulista de primeira
hora. Cabral também é do
PMDB e ligado ao grupo de Rosinha, mas está totalmente afinado com o Palácio do Planalto.
Reeleição
Entre os 27 governadores, 19
deles tentaram se reeleger neste ano. Desses, nove tiveram
sucesso no primeiro turno e
quatro foram derrotados.
Entres os outros seis, pelos
menos cinco têm chances de vitória amanhã, segundo as pesquisas de intenção de voto.
Nesse caso, o número total de
reeleitos seria de 14, igualando
um recorde histórico.
A reeleição passou a ser permitida em 1998, depois que
uma emenda constitucional foi
aprovada e promulgada em
1997. Nas eleições de 1998, 21
governadores tentaram mais
um mandato, mas somente 14
tiveram sucesso.
Em 2002, como mais da metade dos governadores já não
podia disputar a reeleição (só é
permitida uma recondução
consecutiva ao cargo), o número de concorrentes a mais um
período no poder foi menor do
que em 1998. Houve só 14 tentativas e nove vitórias.
A possibilidade de reeleição
nem sempre é uma garantia de
sucesso. Um caso curioso deste
ano retrata essa situação. O autor da emenda da reeleição na
década de 90 foi o então deputado federal José Mendonça
Filho (PFL), hoje governador
de Pernambuco e candidato à
reeleição (Mendonça era vice
do peemedebista Jarbas Vasconcelos, eleito em 1998 e reeleito em 2002). Segundo as pesquisas de opinião, contudo,
Mendonça não terá sucesso.
Seu adversário, Eduardo Campos (PSB), está com mais de 20
pontos de vantagem nas pesquisas de intenção de voto. Na
última pesquisa Ibope, Campos
tinha 60% dos votos, contra
33% de Mendonça.
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