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PF afirma que sócio admitiu uso de laranjas
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ
O superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Daniel Lorenz de Azevedo, disse ontem que um dos
sócios da casa de câmbio Vicatur, de Nova Iguaçu, "confessou o uso de laranjas desde 2000". Segundo a PF, parte dos dólares que seria usado na compra de dossiê contra tucanos foi sacada na Vicatur em nome de "laranjas".
Os sócios da Vicatur, Sirley
da Silva Chaves e Fernando
Manoel Ribas, foram indiciados ainda por formação de
quadrilha e lavagem de dinheiro, disse o superintendente, que não divulgou o
nome de quem confessou.
Até ontem sabia-se que os
dois responderiam por crime
contra o sistema financeiro e
uso de documento falso.
Um dos sócios tem "relações pessoais" com um dos
"laranjas". A PF não informou se eles são parentes ou
amigos. Lorenz afirmou que
os sócios da Vicatur e os "laranjas" não informaram
quem realmente ficou com o
dinheiro sacado na casa e
que seria usado na compra
do dossiê. Segundo ele, os
acusados não citaram nenhum nome ligado ao PT.
O dinheiro do dossiê (R$
1,168 milhão e US$ 248,8
mil) foi apreendido com
emissários do PT em 15 de
setembro no hotel Ibis, em
São Paulo. Segundo Lorenz,
desde 2000 a Vicatur pagava
comissões a uma família de
"laranjas" para que fornecessem documentos e aparecessem como sacadores de dólares. Esse esquema era usado
para esconder os verdadeiros
donos do dinheiro.
A PF fez buscas na Vicatur
à procura, além de documentos, de fitas do circuito interno de TV da casa. Lorenz não
soube informar se o delegado
Diógenes Curado encontrou
os vídeos que podem identificar os sacadores. Em Ouro
Preto (MG), a PF informou
ter ouvido cinco laranjas, incluindo Viviane Gomes da
Silva. O nome dela foi usado
na compra de US$ 44,3 mil
no guichê da Vicatur. Silva
teria recebido R$ 3.000 por
ceder seu documentos. O delegado Washington Clark de
Cuiabá comandou as investigações em Minas Gerais.
Freud
Lorenz afirmou que o juiz
Jeferson Schneider, da 2ª
Vara Federal de Cuiabá, deu
ao menos 30 dias de prazo
para a PF concluir as investigações sobre a origem do dinheiro. Schneider determinou, a pedido do Ministério
Público Federal, que a PF investigue encontros do ex-assessor da Presidência Freud
Godoy com assessores do PT
e do presidente Lula.
Na primeira versão apresentada à PF, Gedimar Pereira Passos disse que a negociação para aquisição do material teria sido feita a mando
de uma pessoa chamada
Freud. O procurador Mário
Lúcio Avelar quer saber por
que Freud encontrou-se com
Paulo Ferreira, tesoureiro do
diretório nacional do PT.
O encontro ocorreu após
Freud depor à PF em setembro e negar participação na
compra do dossiê. Segundo
Avelar, Freud se encontrou,
na semana passada, com o
assessor da Presidência Rogério Aurélio Pimentel.
(HUDSON CORRÊA E LEONARDO SOUZA)
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