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"É assim desde Cabral", afirma deputado do PT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
"É assim desde Cabral." É
dessa forma que Nelson Pellegrino (PT-BA) resume a
desigualdade na liberação de
emendas para parlamentares do governo e da oposição.
"Eu era da oposição na Assembléia em Salvador e nunca tive emenda liberada, não
era nem recebido em audiências", diz ele, que é pré-candidato a prefeito de Salvador.
Neste ano, Pellegrino recebeu cerca de R$ 850 mil em
emendas de 2005 e diz ainda
estar "garimpando" verbas
relativas àquele ano.
Quarto colocado no ranking de liberações, Evandro
Milhomen (PC do B-AP) diz
que amargou a mesma situação quando era da oposição
no governo FHC. "Eu não recebia quase nada", conta o
pré-candidato em Macapá.
Já para o deputado Carlos
Eduardo Cadoca (PSC-PE),
pré-candidato em Recife, ser
da base do governo não facilita. "Em 2005 e 2006, eu estava na oposição. E não recebi nada depois que vim pra base." Neste ano, o deputado
teve empenho de R$ 1,8 milhão, mas diz que é muito
baixa a liberação efetiva do
que é empenhado para ele.
"O quadro vem se modificando bastante comparado
com o governo anterior, embora ainda mostre uma
maior liberação para partidos da base aliada", diz Fátima Bezerra (PT-RN), pré-candidata em Natal, em 15ª na lista das liberações. Ela
diz discutir suas emendas
com a comunidade, com foco
na sua área, a de educação.
Para a colega Vanessa Graziotin (PC do B-AM), a situação agora parece mais "democrática", embora haja
mais "ambiente" para os governistas. "Geralmente, o deputado que apóia o governo
fica mais à vontade para ir
atrás da liberação de sua
emenda", diz a pré-candidata à Prefeitura de Manaus.
Mesmo contabilizando,
em média, o dobro de verbas
liberadas, os deputados governistas não estão satisfeitos. "Eu quis ser um Kimi
Raikkonen [campeão deste
ano da temporada da Fórmula 1] e fui Fernando Alonso [3º colocado]. Pelo menos
subi ao pódio e saí na foto",
brincou Pellegrino.
Neucimar Fraga (PR-ES),
14ª posição, engrossa o coro.
"Quem sabe essa estatística
de vocês ajude o governo a liberar mais um pouco. Apresentei R$ 6 milhões só neste
ano. Saiu muito pouco."
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