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Para sociólogo, "greve sem corte
de ponto é férias"
DA REDAÇÃO
A regulamentação do direito de greve no setor público feita pelo STF (Supremo
Tribunal Federal) foi apoiada por especialistas ouvidos
pela Folha.
Segundo o sociólogo José
Pastore, ao decidir fazer uma
greve, os servidores precisam levar em conta custos e
benefícios. "Greve sem corte
de pontos é ferias. No mundo inteiro é assim. Greve tem
riscos e acho que a decisão
coloca isso claramente." O
presidente Lula fez afirmação semelhante em junho.
Pastore comemora a decisão do Supremo, que, para
ele, "veio com atraso". "A
vantagem é que agora você
vai ter mais previsibilidade
sobre o setor público e menos perdas econômicas", diz,
para complementar: "Uma
greve no setor público afeta a
vida das pessoas e também o
setor privado".
Para o ex-ministro do STF
Paulo Brossard, o Supremo
acertou ao analisar a questão. "Se existe uma lei endereçada ao setor privado, os
mesmos preceitos foram
analogamente utilizáveis no
setor público."
O ex-ministro lembra que
"a Constituição foi promulgada há quase 20 anos e há
um grande número de leis
por receber complementações que não foram feitas".
Por esse motivo, diz que "o
Supremo, como defensor das
normas constitucionais, na
ausência de lei e importância
do assunto, tem que contribuir não contrariando a lei,
mas completando a lei".
Brossard conclui dizendo
que "é preciso não perder de
vista que o serviço público é
considerado essencial. Se
não fosse, não seria público".
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