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entrevista
Para Quércia, "o PMDB não tem, assim, um Serra"
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
À espera de definição do
espaço do PMDB na Prefeitura de São Paulo e no
governo do Estado, o ex-governador Orestes Quércia afirma ter fechado o
apoio à candidatura de José Serra para a Presidência
da República ao negociar
aliança com o prefeito reeleito Gilberto Kassab.
O PMDB, diz, "não tem,
assim, um Serra".
FOLHA - Como a participação
do PMDB nos governos Kassab
e Serra pode contribuir para
uma aliança para a Presidência
em 2010?
ORESTES QUÉRCIA - Quando
fechamos aliança com o
Kassab, já fizemos entendimento sobre 2010: eu
ser candidato ao Senado
numa composição com o
PSDB e apoio ao Serra. Pelo bem do país, o melhor é
evitar que o PT ganhe outra vez. Evidente que, se o
PMDB tiver condições de
ter candidato, o que acho
difícil, a gente tem obrigação de estar com o partido.
FOLHA - É difícil um candidato do PMDB mesmo com esse
resultado eleitoral?
QUÉRCIA - Pode ser que
mude. Mas minha convicção é que, nessa vez, o quadro é com duas alternativas: PT e PSDB. Serra é o
melhor para o país.
FOLHA - Por que o PMDB elege senadores, deputados, prefeitos, mas não presidente?
QUÉRCIA - O PMDB não
tem força hegemônica em
regiões importantes como
São Paulo, Minas e Rio.
FOLHA - E o Sérgio Cabral?
Não está interessado em ser
vice da Dilma?
QUÉRCIA - Não gostaria de
ter uma liderança do meu
partido interessada em ser
vice. Pela vitória que nós
ajudamos a conquistar, a
alternativa é o Serra.
FOLHA - Não há no PMDB alguém com o perfil do Serra?
QUÉRCIA - Não tem. Temos
pessoas importantes como [Roberto] Requião e o
Jarbas Vasconcelos. Não
temos assim... um Serra.
FOLHA - O sr. acha possível
formalizar o apoio a Serra?
QUÉRCIA - Sim. Acho que o
Serra vai crescer muito.
FOLHA - E a possibilidade de
Aécio Neves se filiar ao PMDB?
QUÉRCIA - O prefeito eleito
do Rio é cristão novo, o de
Salvador também. Não
tem cabimento pensar
num candidato que venha
de fora. Então, oficializa
de fora, apoiando o Serra.
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