São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2008

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Dívida pode frear investimentos no município do Rio

DA SUCURSAL DO RIO

As promessas do prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes, poderão esbarrar num velho obstáculo que desde sempre separa o discurso dos políticos da prática dos administradores públicos: Orçamento. Só a parcela da dívida municipal com a União a ser paga no ano que vem é de R$ 700 milhões.
Além disso, os economistas consultados pela Folha dizem que o crescimento da arrecadação nos últimos anos esteve centrado nas receitas do ISS (Imposto Sobre Serviços) -taxa muito sensível ao nível de atividade econômica-, que sentirão os efeitos da desaceleração provocada pela crise financeira internacional.
O prefeito Cesar Maia, por e-mail, diz que o pagamento da dívida não é um problema, porque ela tem "teto" de 11% do Orçamento, seja qual for o tamanho dele, e que, embora a arrecadação com o ISS esteja crescendo menos, continua acima da inflação.
A previsão é de que o Orçamento de 2009 fique na casa dos R$ 10 bilhões. Desse total, os recursos para investimentos, na melhor das hipóteses, devem ficar em R$ 740 milhões, mas boa parte estará comprometida com gastos fixos, como o da conclusão da Cidade da Música, orçada em mais de R$ 500 milhões.
"É um orçamento equilibrado, mas muito questionável do ponto de vista dos investimentos priorizados. E sempre há a ameaça de um péssimo costume: o do governante que está saindo raspar o fundo do tacho", diz Istvan Kasznar, economista da Fundação Getúlio Vargas.
O economista Luis Mário Pehnken, técnico da Câmara Municipal especializado em Orçamento, afirma que o grande peso da dívida do município junto à União (cerca de R$ 8 bilhões no total) é resultado de um "mau acordo" feito na gestão de Luiz Paulo Conde (1997-2000).


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