São Paulo, quarta-feira, 28 de outubro de 2009

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ONG ligada à Fundação Sarney vai seguir aberta

Apesar de fechamento de fundação, a Abom, também investigada, continua a funcionar

Convento das Mercês, sede da entidade que leva nome do senador, será devolvido ao governo; associação tem autonomia, diz presidente


DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O fechamento da Fundação José Sarney não afetará a Abom (Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês), disse Raimundo Nonato Pereira Filho, presidente da entidade da qual o senador José Sarney (PMDB-AP) é "presidente de honra e perpétuo".
Pagamentos feitos pela fundação para a Abom -que tem Fernando Sarney, filho do senador, como um de seus fundadores- são alvo de investigação do Ministério Público do Maranhão, sob a suspeita de desvio de recursos.
Segundo Pereira Filho, a associação não depende da família Sarney para sobreviver, pois se mantém com o que é doado por pessoas físicas.
Com um custo mensal de cerca de R$ 20 mil, há dinheiro em caixa, afirmou Pereira Filho, para continuar funcionando até o final deste ano.
"Se vai ter patrocínio ou não depois disso, a gente não sabe", afirmou. "Mas é lógico que a associação deve sentir o mesmo reflexo disso [denúncias que diminuem as contribuições]".
Pereira Filho disse que a Abom oferece aulas de música para cerca de 680 crianças e adolescentes pobres de São Luís (MA), que participam de uma banda da associação. Ele negou qualquer irregularidade na administração da ONG.

Investigação
O Ministério Público Federal no Maranhão recebeu na segunda-feira o relatório com 17 volumes que é resultado da investigação da CGU (Controladoria Geral da União) sobre a denúncia de desvio de verba pela Fundação José Sarney.
Segundo a Procuradoria, o fechamento da instituição, anunciado por Sarney anteontem, não vai atrapalhar o andamento das investigações. A previsão é que em até dez dias o procurador Régis Richael Silva ajuíze ou não a ação.
No dossiê feito pela CGU, constam, por exemplo, registros de movimentação bancária de todas as empresas que tiveram acesso a verba repassada pela Petrobras à fundação, por intermedio da Lei Rouanet.
Já o processo da Procuradoria que pede a devolução do Convento das Mercês (sede da Fundação José Sarney) ao Estado deve ser extinto, segundo o órgão, se confirmada a devolução do prédio prometida ontem pelo presidente da fundação, José Carlos Sousa Silva.
Silva disse que a fundação vai acertar as contas com os funcionários e formalizar o fim da instituição. "Não estamos querendo enrolar nem enganar ninguém". (JOÃO CARLOS MAGALHÃES e ROBERTO MADUREIRA)


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