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PREVIDÊNCIA PETISTA
Lula diz que reforma melhora imagem do país lá fora
Presidente diz estar de "alma lavada" com a vitória
GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de afirmar que está com
a "alma lavada" por ter aprovado
a reforma da Previdência Social
em primeiro turno no Senado, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou os brasileiros dizendo
duvidar que existam no mundo
pessoas "melhores do que nós".
Lula disse que a aprovação da
reforma é um sinal para que seu
governo continue implementando as mudanças. "Penso que foi
um sinal. Acreditando, trabalhando e fazendo muito esforço, não
há tarefa impossível para um ser
humano, sobretudo quando se
tem determinação política."
O discurso de Lula, aberto com
a frase "eu estou um pouco com a
minha alma lavada", foi feito no
lançamento do Fórum Mundial
de Turismo para a Paz e Desenvolvimento Sustentável. Segundo
o presidente, a aprovação da reforma melhora a imagem do Brasil no exterior. "As pessoas vão
percebendo que não somos um
país do faz-de-conta, nem deixaremos nenhum presidente estrangeiro indignado para dizer:
"Que país é este?". Este país chama-se Brasil e tem um potencial
extraordinário de crescimento."
"Que país é este?" foi uma frase
dita nos anos 70 pelo então deputado federal Francelino Pereira,
na época presidente da Arena.
Por muito tempo se atribuiu ao
presidente francês Charles de
Gaulle (1890-1970) uma frase de
espírito semelhante -"O Brasil
não é um país sério"-, dita no
início dos anos 60. Diplomatas
brasileiros negam que o general
francês tenha feito tal declaração.
"Melhores do mundo"
Após elogiar a aprovação da reforma, Lula partiu para os elogios:
"Não somos os melhores do
mundo, mas duvido que tenha,
no mundo, melhores do que nós.
No máximo, haverá um empate".
Ele criticou os antecessores que
não investiram em turismo e, citando a participação das empresas privadas na realização do fórum, disse que as parcerias são
um novo hábito do Brasil. "No
Brasil muitas vezes se preferiu estabelecer a relação promíscua entre o Estado e a sociedade, em vez
de se estabelecer uma relação séria entre homens e mulheres."
O presidente disse que o fórum
poderá acrescentar um aspecto
mais humano à globalização. "Até
agora a globalização significava livre trânsito de empresas ou livre
trânsito de capitais", acrescentando: "Não tem nada que possa garantir mais a paz do que o livre
trânsito dos seres humanos por
todos os quadrantes do mundo".
A meta do governo para os próximos três anos é receber anualmente 9 milhões de turistas estrangeiros e aumentar dos atuais
40 milhões para 65 milhões o número de visitantes nacionais.
A CEF criou uma linha de crédito, que neste ano conta com R$
400 milhões, para bancar agências
de viagem para que possam financiar passagens aéreas com juros baixos para vôos domésticos.
Como as Nações Unidas participam do fórum, o secretário-geral
da ONU, Kofi Annan, enviou um
discurso que foi lido pelo cerimonial do Planalto. "O turismo é a
forma pela qual países menos desenvolvidos aumentaram sua
participação na economia mundial." Annan destacou a necessidade de ampliar o turismo sem
estimular o turismo sexual.
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