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São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2003

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PREVIDÊNCIA PETISTA

Lula diz que reforma melhora imagem do país lá fora

Presidente diz estar de "alma lavada" com a vitória

GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de afirmar que está com a "alma lavada" por ter aprovado a reforma da Previdência Social em primeiro turno no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou os brasileiros dizendo duvidar que existam no mundo pessoas "melhores do que nós".
Lula disse que a aprovação da reforma é um sinal para que seu governo continue implementando as mudanças. "Penso que foi um sinal. Acreditando, trabalhando e fazendo muito esforço, não há tarefa impossível para um ser humano, sobretudo quando se tem determinação política."
O discurso de Lula, aberto com a frase "eu estou um pouco com a minha alma lavada", foi feito no lançamento do Fórum Mundial de Turismo para a Paz e Desenvolvimento Sustentável. Segundo o presidente, a aprovação da reforma melhora a imagem do Brasil no exterior. "As pessoas vão percebendo que não somos um país do faz-de-conta, nem deixaremos nenhum presidente estrangeiro indignado para dizer: "Que país é este?". Este país chama-se Brasil e tem um potencial extraordinário de crescimento."
"Que país é este?" foi uma frase dita nos anos 70 pelo então deputado federal Francelino Pereira, na época presidente da Arena. Por muito tempo se atribuiu ao presidente francês Charles de Gaulle (1890-1970) uma frase de espírito semelhante -"O Brasil não é um país sério"-, dita no início dos anos 60. Diplomatas brasileiros negam que o general francês tenha feito tal declaração.

"Melhores do mundo"
Após elogiar a aprovação da reforma, Lula partiu para os elogios: "Não somos os melhores do mundo, mas duvido que tenha, no mundo, melhores do que nós. No máximo, haverá um empate".
Ele criticou os antecessores que não investiram em turismo e, citando a participação das empresas privadas na realização do fórum, disse que as parcerias são um novo hábito do Brasil. "No Brasil muitas vezes se preferiu estabelecer a relação promíscua entre o Estado e a sociedade, em vez de se estabelecer uma relação séria entre homens e mulheres."
O presidente disse que o fórum poderá acrescentar um aspecto mais humano à globalização. "Até agora a globalização significava livre trânsito de empresas ou livre trânsito de capitais", acrescentando: "Não tem nada que possa garantir mais a paz do que o livre trânsito dos seres humanos por todos os quadrantes do mundo".
A meta do governo para os próximos três anos é receber anualmente 9 milhões de turistas estrangeiros e aumentar dos atuais 40 milhões para 65 milhões o número de visitantes nacionais.
A CEF criou uma linha de crédito, que neste ano conta com R$ 400 milhões, para bancar agências de viagem para que possam financiar passagens aéreas com juros baixos para vôos domésticos.
Como as Nações Unidas participam do fórum, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, enviou um discurso que foi lido pelo cerimonial do Planalto. "O turismo é a forma pela qual países menos desenvolvidos aumentaram sua participação na economia mundial." Annan destacou a necessidade de ampliar o turismo sem estimular o turismo sexual.


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