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RORAIMA
Ex-governador suspeito de desvio de verbas tentou se beneficiar da lei que assegura foro privilegiado a ex-autoridades
STJ nega liberdade a acusado de liderar o "esquema gafanhoto"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-governador de Roraima
Neudo Campos (PP) tentou se beneficiar da lei que assegura foro
privilegiado a ex-autoridades e
pediu ao STJ (Superior Tribunal
de Justiça) liminar que suspenderia a prisão. O ministro José Arnaldo da Fonseca negou o pedido.
Campos sustentou que é acusado por atos que praticara na condição de governador, o que lhe asseguraria o direito de só ser investigado criminalmente pelo STJ, o
foro dessas autoridades.
A ordem de prisão dele e de outras 40 pessoas supostamente envolvidas no esquema conhecido
como "escândalo dos gafanhotos" é da 2ª Vara da Justiça Federal, órgão da primeira instância.
O ex-governador contestou a
validade de todas as decisões por
essa vara, inclusive a decretação
da prisão temporária, devido ao
foro privilegiado.
Ao negar o pedido, Fonseca disse: "Os atos apontados teriam sido praticados quando ele se encontrava no cargo de governador
do Estado de Roraima, mas, a
considerá-los atos administrativos para atrair a competência do
STJ, a distância é grande".
A reclamação será posteriormente apreciada pelo ministro
Cesar Asfor Rocha, designado relator da causa. Fonseca examinou
o pedido de liminar porque Rocha não poderia fazê-lo ontem.
O foro da ex-autoridade é polêmico. O STF (Supremo Tribunal
Federal) reconhecia o direito até
1999, mas reviu a posição, pois entendeu que a Justiça deve proteger
o exercício do cargo, não a pessoa
que o ocupa ou o ocupou.
Em 24 de dezembro de 2002, o
então presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou uma lei
que restabeleceu o foro para ex-autoridades e o estendeu a ações
de improbidade administrativa.
Antes, era restrito à matéria penal.
O STF decidirá a constitucionalidade. A lei prevê o foro especial da
ex-autoridade no caso de acusação relativa a ato administrativo.
A operação chamada pela Polícia Federal de Praga do Egito apura a suspeita de desvio de dinheiro
público por meio do pagamento
de salário de supostos servidores
a assessores de deputados que o
recebiam por "procuração".
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