São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 2005

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PAINEL

Refresco
Fustigado pelo PT federal e de vários Estados, Antonio Palocci encontrou conforto no braço paulistano do partido, que, em encontro realizado ontem, derrotou todas as proposições contrárias ao ministro da Fazenda.

De goleada
No encontro paulistano, preparatório do nacional que ocorrerá em maio para definir o programa de governo da campanha reeleitoral de Lula, emendas qualificando a política econômica de fiscalista e condenando o superávit fiscal foram derrotadas por mais de 80% dos votos.

Pé frio
Um veterano de campanhas petistas considera mau presságio os palpites de Marco Aurélio Garcia contra a política econômica. O assessor de Lula foi responsável pelo programa de governo nas derrotas de 94 e 98.

Bate-cabeça 1
Inconformado com a desarticulação do governo, um parlamentar petista lembra que ACM, hoje com fúria renovada contra Lula, vinha sendo uma mãe para Antonio Palocci na CPI dos Bingos até que o ministro Ciro Gomes resolveu xingar o neto do senador pefelista.

Bate-cabeça 2
Para piorar, o ministro Jacques Wagner (Relações Institucionais) não tem diálogo no Senado. Depois de uma troca de alfinetadas com o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), nem tenta mais atuar na Casa.

Efeito revigorante
Ao contrário de outros auxiliares de Lula envolvidos na crise, Gilberto Carvalho ganhou funções em vez de perdê-las. Antes mais voltado para questões burocráticas, o chefe-de-gabinete agora opina nas reuniões da coordenação de governo.

Bem na fita
Lula se encantou com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que estaria "mudando totalmente" a empresa.

Sem intermediários
Às turras com o PT, Gustavo Fruet (PSDB-PR) decidiu mandar diretamente para o Ministério Público e a Polícia Civil seu relatório parcial sobre o valerioduto. Diz que o envio será apenas em seu nome, o que eliminaria a necessidade de aprovação da CPI dos Correios.

Dupla jornada
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que já integra a CPI dos Correios, passará a ser membro efetivo também da comissão dos Bingos. Tudo para dar dor de cabeça ao governo e ao PT.

Tô fora
Se houver necessidade de refazer os depoimentos do processo de José Dirceu, a defesa terá de arrolar alguém para o lugar de Aldo Rebelo (PC do B-SP). Na mira da oposição por sua benevolência para com o acusado, o presidente da Câmara já deixou claro que não voltaria a depor.

Ranking da execução
Segundo avaliação interna do governo, os ministérios com maior dificuldade de executar o Orçamento livre do contingenciamento são os de Ciência e Tecnologia, Integração e Transportes. Na outra ponta, o Desenvolvimento Agrário já executou quase 90% do disponível.

Gargalo
A paralisia da Comissão de Orçamento também ameaça a execução dos gastos neste final de ano. Ali estão represados nada menos que R$ 13 bi em créditos suplementares a ministérios ou programas. Só para a Petrobras há um de R$ 5 bi.

Bônus de campanha
Cálculo do deputado Pauderney Avelino (PFL-AM) indica que a redução do superávit primário dos atuais 6,2% do PIB para os 4,5% acordados entre Lula e Antonio Palocci deve dar ao governo, no ano reeleitoral, um acréscimo em torno de R$ 33 bi para investimentos.

TIROTEIO

Do deputado Gilson de Souza (PFL-SP), da base de sustentação ao governo de Geraldo Alckmin na Assembléia Legislativa, sobre Lula, que, ao referir-se à Febem, disse que "não tem recuperação de animal ou de alguém dentro de uma gaiola":
-Lula precisa ser informado de que na Febem não existem animais, mas sim gente.

CONTRAPONTO

Banco de reservas

Durante reunião de integrantes da Comissão de Educação da Câmara com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na quarta-feira passada, os celulares não paravam de tocar. Tanto que o deputado Paulo Delgado (PT-MG) resolveu intervir:
-Como presidente da comissão, peço educação aos deputados. Por favor, desliguem os seus telefones celulares.
Diante de ruidosos protestos, o deputado insistiu:
-É inconcebível que não possamos ficar por alguns minutos sem usar o telefone. Afinal, conosco está o segundo homem mais importante do Brasil!
Palocci corrigiu:
-O segundo homem mais importante é o José Alencar!
Delgado não perdeu a chance de brincar com o vice, crítico quase diário da política econômica conduzida pela Fazenda:
-Ah, mas ele só é importante na ausência do Lula.

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