São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2006

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PT não quer controlar a imprensa, diz Garcia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, afirmou ontem que Palácio do Planalto e PT não possuem nenhum estudo, "tanto a curto, médio e longo prazos", para encontrar medidas que possam controlar a imprensa. Uma eventual iniciativa nesse sentido, segundo ele, não faz parte do "DNA político" dos petistas.
"A imprensa funciona normalmente no Brasil, ela tem uma liberdade absoluta de funcionamento. Tanto é assim que os estudos que foram feitos pelos observatórios de imprensa revelam que ela [mídia] foi de uma severidade extraordinária em relação ao candidato que resultou reeleito na eleição [Lula], e isso não nos fez de maneira nenhuma ter nenhuma atitude [contrária], até porque não faz parte do nosso DNA político", disse Garcia.
No final de semana, o presidente interino do PT criticou reportagem de domingo da Folha que revelou a convicção tanto da Polícia Federal como do Ministério Público Federal de que a decisão de compra do dossiê contra tucanos partiu de Ricardo Berzoini, então presidente do PT e coordenador-geral da campanha à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
"O desconforto individual nosso e eventual com a imprensa seguramente é bem menor do que o desconforto de certos jornalistas com o governo. Então, no mínimo, estamos empatados. Eu acho que não há nenhum problema", disse Garcia.
Ao afirmar que PT e governo são "respeitosos" com a imprensa, Garcia atacou a oposição. Disse que alguns adversários do partido é que possuem "maus hábitos" em relação à mídia. "Quem tem maus hábitos em relação à imprensa não somos nós. São outros que até hoje sobrevivem aí no sistema político brasileiro."
Após as eleições, dirigentes e intelectuais ligados ao PT passaram a acusar setores da mídia de terem beneficiado a candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência. O próprio presidente do PT fez duras críticas nessa linha. Para Garcia, o respeito do partido e do governo à mídia não impede que sejam feitas críticas pontuais.
"Isso não impede, evidentemente, que em determinados momentos algum dirigente, alguma pessoa, o próprio presidente, eu mesmo, expressemos o nosso desconforto com determinadas afirmações, com determinadas edições. Acho que às vezes há matérias muito boas, mas que são editadas com uma manchete um pouco picante. Mas isso são problemas, a meu juízo, menores."
O presidente interino petista afirmou que, do mesmo modo, não quer ver seu direito de expressão cerceado.
(EDUARDO SCOLESE)

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