São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2008

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

S.O.S. telejornal

A Defesa Civil divulgou ao longo do dia números conflitantes e os sites de notícias alternaram 99, 100 e 101 mortos em Santa Catarina.
Sem atentar às estatísticas, a cobertura de televisão se concentrou nas demonstrações de solidariedade, seguindo Lula -caso da Globo, que enviou William Bonner a Blumenau. Antes, a Record veio com Britto Jr. em Itajaí -e lançando seu próprio programa "S.O.S. Santa Catarina".

 

No exterior, por outro lado, a tragédia já dá lugar ao temor de impacto na exportação. O "Financial Times" alertou em reportagem que a região "chave para a agricultura pode enfrentar meses de dificuldades" no envio de seus produtos. Sites de comércio como Lloyd's List seguem sem parar as reuniões da "corrida para reabrir o porto de Itajaí".

A GUERRA CONTINUA
economist.com
A "Economist" mudou na última hora e foi "para as rotativas" com os atentados em Mumbai "ainda se desenvolvendo". O motivo, como exposto em seu enunciado interno, é que se abriu com os ataques realizados na Índia "uma nova frente de combate na guerra global contra o terror"

DOS CIDADÃOS
Como em Nova Orleans e em Santa Catarina, não foi a televisão que marcou o primeiro dia da cobertura em Mumbai, mas o "jornalismo cidadão", no dizer do "Wall Street Journal", os blogs e o "micro-blogging" do Twitter, no dizer da Reuters. Também o Flickr.

O TRATAMENTO
Jim O'Neill, economista do Goldman Sachs que cunhou o acrônimo Brics, penitenciou-se ontem no "FT" por ter acreditado na teoria do descolamento entre economias desenvolvidas e emergentes. Diz que "parecia um modelo razoável, até o colapso do Lehman".
Agora, sugere ele de forma acanhada, o "tratamento" para evitar que o mundo inteiro se deixe contaminar pela "pneumonia" americana seria estimular os consumidores de China, Índia e Alemanha a gastar. Saúda o pacote de "estímulo" da primeira, diz que a segunda deve gastar mais em infra-estrutura -e, sem convicção, aconselha a Alemanha a aumentar os salários.

"LOSERS"
ft.com
Na ilustração do "FT", o fundo de Warren Buffett como caixa registradora, com fila de clientes

O site Business Sheet elaborou e o "New York Times" destacou na home a lista dos maiores perdedores de Wall Street, com a crise. Abre com dois indianos, Anil Ambani e Lakshmi Mittal, que teriam queimado US$ 60 bilhões, e logo chega aos magnatas do Google, Sergey Brin e Larry Page, com US$ 12 bilhões; da Microsoft, Steve Ballmer e Bill Gates, US$ 8,5 bilhões; da News, Rupert Murdoch, US$ 4 bilhões; e da Viacom/CBS, Sumner Redstone, que já nem seria mais um bilionário.
No "FT", por outro lado, um colunista defende o mais ironizado de todos, Warren Buffett, também na lista. Diz que ele jamais escondeu de ninguém que seu jogo, antes e agora, na crise, é arriscar.

NEM CHINA NEM RÚSSIA
A nova "Economist" afirma que, para a América Latina, "a China, não a Rússia, é o novo parceiro que importa". Relata como prioritário o subtexto comercial, tanto na presença chinesa como na russa, e questiona a atenção dada à operação naval na Venezuela.
Critica, por outro lado, a aproximação entre Brasil e Irã. Por louvável que seja a busca de diversificação comercial e política pelos países latino-americanos, encerra o texto, "o líder estrangeiro que eles estarão mais ansiosos por ver no ano que vem é Barack Obama".

REVISÃO
James Hill/nytimes.com
Com temor crescente da Rússia, o "NYT" deu ontem na capa que o "nacionalismo da era Vladimir Putin esconde pecados de Josef Stalin". Moscou agora resiste às revelações que esclareceriam massacres e outros crimes do ditador

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@ - Nelson de Sá



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