São Paulo, sábado, 28 de novembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NO AR
Serrão e Felipão

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Tudo certo, no roteiro.
O ministro fez um pronunciamento em rede nacional no início da noite. E o presidente confirmou em cerimônia à tarde, segundo a Globo News, que o ministro "continua no cargo no segundo mandato".
FHC falou mais:
- Serra está imprimindo um caráter muito inovador na gestão da Saúde. Eu quero expressar minha satisfação de ver que uma área tão delicada como a saúde, objeto só de críticas durante tantos anos, começa a ser objeto de reconhecimento.
Tudo certo, mas José Serra tem outro papel, hoje, além de ministro. Ocupou as tarefas de Serjão e Mendonção, na vanguarda verbal tucana.
Palmeirense, seu alvo ontem acabou sendo o técnico do clube, desclassificado no Campeonato Brasileiro. Serra disse que o treinador "pensa pequeno" -no que soou como resposta ao canhestro apoio dado por Luiz Felipe Scolari ao ex- ditador Augusto Pinochet.
Pois Felipão reagiu com ironia, na CBS Brasil e em quase toda parte, e estragou o roteiro de elogios e confirmação:
- A gente vê a saúde como está, no Brasil. Está grande. Está bonita. Toda ajeitada.

Grampo e dossiê mal foram mencionados, ontem na TV. Deram lugar a remédios, tráfico e outros assuntos de interesse do governo federal.
Mas é como se o escândalo se mantivesse, agourento, no ar. Uma notícia de ontem:
- O presidente declara guerra ao narcotráfico. Agora será permitida a instalação de microfones para escuta...

Serra ganhou um aliado "trombador" em Mário Covas, ontem. Segundo a Globo, o governador avisou que o Ministério da Produção deve servir para sublinhar uma nova vertente da política econômica. E não para agradar partidos.
Parecia falar não da Produção, mas dos outros dois "superministérios" a serem inventados para PMDB e PFL.

E-mail: nelsonsa@uol.com.br



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.