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SEM SIGILO
Teste feito por especialistas descobriu escuta na linha privada do gabinete do ministro da Administração
Telefone de Bresser estava grampeado
DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília
Testes feitos
por uma empresa especializada
em escuta telefônica na semana passada no
Ministério da
Administração
indicaram que o telefone privativo
do ministro Luiz Carlos Bresser
Pereira estava grampeado.
Por enquanto, o ministério está
tratando a descoberta do grampo
como suspeita. Na terça-feira, policiais federais farão uma varredura na central telefônica do Mare
para confirmar a existência do
grampo na linha particular do ministro, além de investigar se há outros telefones grampeados.
A descoberta do suposto grampo
aconteceu por acaso. No fim da semana passada, representante de
uma empresa paulista especializada na venda de equipamentos de
escuta telefônica procurou o chefe
de gabinete de Bresser Pereira para
demonstrar seus produtos.
Entre eles, um aparelho que permite a um dos interlocutores gravar conversa telefônica e outro que
detecta a existência de grampos.
A primeira linha a ser testada pelo detector de grampos foi justamente a privativa do ministro
-usada para conversas com o
presidente Fernando Henrique
Cardoso e outras autoridades. Em
menos de 10 minutos, foi constatado que havia grampo.
"Iniciamos o teste pelo telefone
privativo do ministro porque era o
que tinha maior probabilidade de
estar grampeado. O técnico instalou o detector na linha e, assim que
tiramos o aparelho do gancho,
acendeu a luz indicando que havia
grampo", contou José Walter Bastos, chefe de gabinete do ministro.
O grampo foi retirado e a Polícia
Federal vai investigar o caso.
Assim que os técnicos da empresa deixaram o Mare, os assessores
do ministro entraram em contato
com Vicente Chelotti, diretor-geral da PF, solicitando uma varredura geral no prédio.
Bresser não estava presente na
hora em que o suposto grampo foi
detectado, mas foi comunicado.
Além testar se havia grampo, os
técnicos da empresa demonstraram aos assessores do ministro
equipamentos que podem ser usados para gravar conversas.
Segundo Bastos, nenhum dos
aparelhos testados foi comprado
pelos assessores de Bresser, mas os
técnicos combinaram de retornar
ao ministério na segunda-feira.
Bastos afirmou não se lembrar
do nome da empresa. "Só sei que
tinha sede em São Paulo", disse.
O assessor do ministro afirmou
que ficou interessado na demonstração da empresa por causa do
grampo nos telefones do ex-presidente do BNDES André Lara Resende e do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de
Barros.
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