São Paulo, sábado, 28 de novembro de 1998

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PÚBLICO E PRIVADO
ACM defende quarentena de 1 ano para direção do BC

da Sucursal de Brasília

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), defendeu ontem a aprovação de um projeto de lei que estabeleça um período de quarentena durante o qual ex-diretores do Banco Central fiquem proibidos de ocupar cargos em instituições financeiras privadas. Para ele, um ano de quarentena é "bom".
"Temos de fazer as restrições devidas, porque não é justo que estabelecimentos privados possam ter contato com ex-diretores do BC e ter acesso a informações privilegiadas."
ACM observou que o projeto precisa ser discutido e elaborado "com cuidado", para que a legislação não crie impedimentos que acabem dificultando a nomeação pelo governo de bons profissionais do setor, restringindo esses cargos a funcionários de carreira do banco.
"Não podemos chegar ao exagero de barrar bons profissionais, ficando o Banco Central sempre na base do corporativismo", disse o senador.
Para ele, restrições "exageradas" poderiam acabar prejudicando a política econômica do país por falta de gente competente para gerir o setor.
ACM disse que a quarentena tem de ser paga e que o governo precisa fiscalizar os ex-diretores, para ter certeza de que eles estão de fato fora do mercado.
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Tranquilidade
ACM teve ontem encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio da Alvorada. Quando voltou ao Congresso, disse que o país vive um momento de "tranquilidade política" e que FHC "faz questão de manter sua base de sustentação unida".
Segundo ACM, foram superadas as principais divergências entre os três maiores partidos da base de sustentação do governo no Congresso -PMDB, PFL e PSDB-, geradas pelo episódio do grampo telefônico que provocou a demissão do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros.
"As divergências acabaram, mas não posso dizer que elas nunca mais existirão. Se existem até entre os casais, que dirá entre três partidos?", disse ACM, em tom de brincadeira.



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