São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Escalada do mínimo

Estudo do Ministério do Trabalho que já chegou ao Palácio do Planalto antevê um salário mínimo de R$ 530 em janeiro de 2011, quando Lula deixar a Presidência. Esse valor representaria ganho real de 25,5% ao longo do segundo mandato -o primeiro será encerrado com acumulado de 26,02%.
A evolução do mínimo estimada pela pasta do Trabalho, sob o comando do petista Luiz Marinho, baseia-se -surpresa!- em projeção de crescimento econômico de 5% ao ano. Lula, que depois de muito prometer esse número mágico passou a admitir reservadamente que será difícil atingi-lo em 2007, agora diz a auxiliares que a economia estará "rodando" à taxa anualizada de 5% no segundo semestre.

Não-assunto. Bem que Valter Pomar, representante da esquerda petista, tentou introduzir o tema da eventual saída de Henrique Meirelles do BC na reunião que o partido teve ontem com Lula. O presidente fez que nem ouviu.

Refúgio. Indiciado pela Polícia Federal no escândalo do dossiê, o tesoureiro da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, José Baccarin, deixou a assessoria do senador petista. Voltou a dar aulas de economia na Unesp, em Jaboticabal.

Cada um por si. Depois de prometer transporte para os diretórios regionais interessados em enviar filiados à posse de Lula, o PT nacional avisou nesta semana que infelizmente não haverá ônibus para todo mundo. No caso de São Paulo, de onde sairia uma caravana com centenas de pessoas, os militantes chegarão a Brasília somente se puserem a mão no bolso.

Pão e circo. O governo do Distrito Federal cancelou o show com a banda Jota Quest programado para o Réveillon, deixando o PT na mão. O partido contava com a ajuda para entreter a turma que viajará para assistir à posse.

Outra chance. O convite chamando a população para a posse de Lula, que começa a ser distribuído hoje, traz o slogan "Segundo governo, um novo começo", aplicado logo abaixo de uma foto do presidente reeleito. O material é do marqueteiro João Santana.

O mito. O PT encomendou 80 painéis fotográficos, registrando diversos momentos da recente campanha presidencial, para expor em um quiosque na Esplanada dos Ministérios em 1º de janeiro. O principal mostra Lula em meio a um "mar" de mãos.

Outro lado. Na contramão do que dizem os tucanos, Heráclito Fortes (PFL-PI) afirma ter "compromisso firme" com o candidato de seu partido à presidência do Senado, José Agripino (RN). Acrescenta que Renan Calheiros (PMDB-AL), por conhecer sua posição, nem sequer o procurou para pedir voto.

Traduzindo. Depois do "fico" de Gilberto Gil, o PV procurou Juca Ferreira, secretário-executivo da Cultura, para dizer que pretende "colaborar mais" com o ministério. Ou seja, quer mais cargos.

Os pássaros. O tucano José Aníbal (SP) produzirá um filme, ainda sem roteiro definido. Um dos fundadores do Centro Mineiro de Cinema, o deputado eleito adianta apenas que o tema não é política.

Na seca. Presidente da CET, Roberto Scaringella se queixou a colegas da falta de repasse da verba obtida com multas para investimento no trânsito em São Paulo. Neste ano, a gestão Gilberto Kassab (PFL) arrecadou R$ 382 milhões com as infrações.

Em família. Governador eleito do Ceará, Cid Gomes (PSB) está utilizando a estrutura física e de pessoal do gabinete de um de seus irmãos, o deputado estadual Ivo Gomes (PSB), durante o período de transição. A secretária pessoal de Cid trabalha como funcionária do gabinete de Ivo na Assembléia Legislativa.

Tiroteio

O PT se esquece de que a atual política econômica foi a alavanca da adesão ao Lula. É a velha história de achar que o governo está à disposição do partido e não o contrário.


Do deputado RICARDO BARROS (PP-PR), sobre a insistência do partido de Lula em pedir a cabeça do presidente do BC, Henrique Meirelles.

Contraponto

Pegadinha

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) fazia campanha para o governo de Mato Grosso do Sul em Novo Horizonte, próximo à divisa com o Paraná, quando viu um carro coberto de adesivos do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), seu colega de CPI dos Correios.
De imediato, telefonou para o ex-relator:
-Quem é o candidato de número 1533 aí no Paraná?
-Sou eu mesmo! -, respondeu Serraglio.
-Ah, então é você! Um carro de sua campanha acaba de bater numa kombi minha. Vai ter de pagar o conserto!
Delcídio deixou Serraglio esboçar, aflito, uma explicação, até esclarecer que estava apenas brincando.


Próximo Texto: PT critica conclusão da polícia sobre o caso dossiê
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.