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Sem Ciro, PT de SP quer viabilizar alternativa
Partido cobra maior presença de Lula e de Dilma em eventos no Estado para levar pré-candidatos petistas ao palanque
Chinaglia diz que todos os dirigentes do PT paulista preferem uma candidatura própria, mas vão aguardar decisão do presidente Lula
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diante da insistência do PSB
em deixar para março a decisão
sobre a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), petistas de São Paulo prometem
intensificar a partir de agora as
negociações com os demais
partidos atrás de alianças e
"turbinar" a agenda dos pré-candidatos do PT ao governo.
Dirigentes do partido também cobram do presidente Lula e da ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil), pré-candidata à
Presidência, uma maior participação em eventos no Estado,
para dar mais visibilidade à legenda e levar os pré-candidatos
juntos para o palanque. "Precisamos fortalecer a agenda popular e a agenda política [em
SP], inclusive com a participação dos dois maiores nomes do
partido", disse o deputado federal José Genoino (PT-SP).
Anteontem, em Pernambuco, Lula fez mais um apelo aos
dirigentes do PSB para que Ciro abrisse mão de sua candidatura à Presidência e aceitasse
concorrer ao governo de São
Paulo em uma chapa apoiada
pelo PT. Ele acha que o melhor
cenário para a eleição presidencial é uma eleição plebiscitária entre Dilma e o governador José Serra (PSDB-SP).
Como o presidente saiu do
encontro sem resposta, os petistas acham que está mais do
que na hora de reagir. "[Deixar
a decisão para março] compromete a construção de um nome, principalmente se for alguém que nunca disputou nenhuma eleição majoritária",
disse o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP).
A estratégia é intensificar a
pré-campanha, mas sem desagradar Lula: apesar do esforço
para dar visibilidade para os
nomes petistas, o martelo só
será oficialmente batido em
março. Mas os petistas têm
convicção de que as chances de
Ciro concorrer ao governo de
São Paulo são pequenas.
"Todo mundo sabe que o PT
paulista, que todos os dirigentes preferem uma candidatura
própria, mas todo mundo também sabe que tem que aguardar
o presidente Lula", afirmou
Chinaglia. "Não podemos fazer
política que dependa dele [Ciro] só", completou o deputado
Carlos Zarattini (PT-SP).
Neste um mês e meio que falta para o lançamento oficial de
uma pré-candidatura, quatro
petistas podem ganhar força:
Aloizio Mercadante, Marta Suplicy, Emidio de Souza e Antonio Palocci. O primeiro já saiu
na frente. Em encontro com
deputados anteontem em Brasília, o próprio Lula disse que,
sem Ciro, prefere o senador.
Ele prometeu que vai começar a "falar duro" para que Mercadante seja o candidato no Estado. Até agora, Mercadante diz
que quer disputar o Senado.
A intensificação da agenda
dos petistas tem o aval do presidente. Segundo deputados que
estiveram com ele anteontem,
Lula quer fazer uma reunião
com os dirigentes do PT de São
Paulo para acertar os detalhes
dessa articulação no Estado.
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