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Cabral faz licitação de R$ 180 mi para mais propaganda
Em três anos de mandato, governo do RJ já gastou R$ 250 milhões em divulgação de seus atos e obras
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB),
abriu uma nova licitação no valor de R$ 180 milhões para contratar seis agências de publicidade por um ano. O valor é 80%
superior ao da última licitação,
de 2008, de R$ 100 milhões
anuais para cinco agências.
O governo Sérgio Cabral já
gastou R$ 250 milhões em
"Serviços de Comunicação de
Divulgação" em seus primeiros
três anos, de acordo com o Siafem (Sistema Integrado de Administração Financeira para
Estados e Municípios). Foram
R$ 81,4 milhões em 2007, R$ 82
milhões em 2008 e R$ 86,5 milhões no ano passado.
A sua antecessora, Rosinha
Garotinho, gastou R$ 223,7 milhões (em valor corrigido pelo
IGP-M, da Fundação Getulio
Vargas), em período equivalente, ou menos R$ 26,3 milhões.
A licitação deve acontecer
em março e pretende substituir
as atuais agências de publicidade, cujos contratos se encerram
em setembro. O novo contrato
vale por um ano, mas o governo
não pode gastar mais do que R$
83,3 milhões em 2010, ano eleitoral -quando, por lei, os gastos do gênero são limitados à
média dos três anos anteriores.
Atualmente prestam serviço
ao governo a Agência 3 Comunicação Integrada Ltda., Agnelo Pacheco Criação Com. e
Prop. Ltda. -que já atuavam na
gestão Rosinha- , PPR Profissionais de Pub. Reunidos Ltda.,
a Artplan Comunicação S/A e a
3P Comunicação Ltda.
As cinco venceram a licitação
de 2008 e tiveram o contrato
renovado. Uma cláusula permitia renovações por até cinco
anos. O acordo previa R$ 100
milhões de gastos anuais e a
possibilidade de aditivos de até
25%, ou R$ 25 milhões.
O secretário do Gabinete Civil, Régis Fitchner, afirmou que
o valor de R$ 100 milhões vigorava havia anos e precisava de
reajuste. Com o novo montante, R$ 180 milhões, diz, não será
necessário haver aditamentos.
"Com a realização da Copa e
da Olimpíada, nós também prevemos um aumento dos gastos
nessa área", disse Fitchner. De
acordo com ele, o Estado do Rio
centraliza todos os gastos de
publicidade da administração
direta e indireta nessas contas.
Em 2007 e 2008, Cabral manobrou com o orçamento inicial para serviços de publicidade, multiplicando-o por até
quatro vezes. Em 2007, a dotação prevista de R$ 20 milhões
se transformou em despesa de
R$ 81,4 milhões, superior aos
Estados de SP (R$ 77 milhões) e
MG (80,7 milhões).
No ano seguinte, os R$ 22,9
milhões viraram R$ 82 milhões
liquidados ao fim do ano. Em
2009, o valor de partida foi o
triplo dos anos anteriores, R$
66,9 milhões, e as despesas
também aumentaram para R$
86,5 milhões.
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