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OPOSIÇÃO
Ex-tucano se reúne com FHC por quase uma hora e diz que não é hora de trocar nomes da equipe econômica
Ciro defende controle de fuga de capitais
da Sucursal de Brasília
O ex-candidato do PPS à Presidência em 98,
Ciro Gomes, defendeu ontem a
adoção de controle sobre a fuga de capitais
brasileiros para o exterior, após
encontro de quase uma hora com o
presidente Fernando Henrique
Cardoso.
"Quem está sangrando o Brasil
são brasileiros, endinheirados brasileiros", disse ele, negando-se a
revelar o teor de sua conversa com
o presidente. "Sobre esse assunto
se faz, não se fala", acrescentou.
Ciro criticou a demissão do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco no início deste ano durante o ataque especulativo. Disse
que não é o momento para a troca
de nomes na equipe econômica e
negou que aceite qualquer convite
para participar do governo.
Ciro manteve o primeiro encontro com FHC desde que abandonou o PSDB e partiu para a oposição em setembro de 1997.
A iniciativa do encontro partiu
de FHC. Na semana passada, o
presidente revelou ao senador Roberto Freire (PE), presidente do
PPS, que tinha interesse em conversar sobre a crise econômica
com o ex-ministro da Fazenda no
final do governo Itamar (1992-94).
"A crise faz isso (o encontro de
adversários políticos)", disse o senador. "Nós sempre estivemos
abertos ao diálogo. Não há nenhum preconceito do PPS de conversar com todas as forças políticas", afirmou.
O encontro foi agendado pelo
governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB). O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, afirmou
que o governador cearense falou
que Ciro também gostaria de falar
com FHC. Ciro aceitou o convite,
mas exigiu que o encontro fosse
realizado em audiência no Palácio
do Planalto.
Ciro ajudou a elaborar documento com alternativas à crise,
apresentado ao presidente no início deste mês durante audiência
concedida ao senador Roberto
Freire e ao deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).
Um dos principais pontos do documento endossado por Ciro prega a renegociação da dívida interna para abrir perspectivas à redução das taxas de juros. O porta-voz
disse que "o governo tem grandes
dificuldades quanto a isso".
O governador disse que é necessária o estabelecimento de novo
pacto fiscal e a criação de poupança interna para enfrentar a crise e
déficit da Previdência. "A cobrança dos inativos não irá solucionar
isso", afirmou ele.
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