|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Consórcio anglo-sueco
aceita trabalho conjunto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O fabricante do caça Gripen, o
consórcio anglo-sueco Gripen International, afirma que está pronto para trabalhar em conjunto
com a Embraer caso seu avião seja
escolhido pela FAB.
A informação é do vice-presidente para a América Latina da
British Aerospace Systems, a sócia da sueca Saab no consórcio
Gripen, Erik Hjelm.
(IG)
Folha - Qual sua perspectiva para
a reta final da licitação?
Erik Hjelm - As melhores possíveis. Nós fizemos uma ótima oferta à FAB. Já temos a autorização
total do governo sueco para a
transferência de tecnologia.
Folha - Mas uma das críticas em
relação ao Gripen é justamente que
muitos de seus sistemas, em especial os de armas, são feitos pelos
EUA -ou seja, sujeitos a vetos.
Hjelm - O projeto do Gripen é
sueco. Uma vez pronto, fomos
buscar nossos parceiros no mundo todo. Temos parceiros sul-africanos, alemães, norte-americanos, entre outros. Mas o controle
da tecnologia, e o que fazer com
ela, é nosso.
Você tem razão quanto a eventuais restrições ao uso de armamento norte-americano. Nesse
caso, se assim a FAB desejar, poderá usar mísseis de outros países.
Folha - E a questão da baixa autonomia do Gripen?
Hjelm - Nosso avião pode ser
reabastecido. Não aceito a crítica
de que ele tem alcance menor que
o Mirage ou o F-16. Tem alcance
menor que o Sukhoi, é verdade,
mas o Sukhoi gasta muito mais
combustível. A hora-vôo do Gripen custa US$ 2.300.
Folha - Mas aí há um problema logístico, que é o custo de manter o
avião-tanque no ar e o próprio fato
de haver apenas quatro deles no
Brasil.
Hjelm - Nesse caso, a vantagem é
que podemos espalhar nosso
avião em vários pontos do país,
em bases pequenas.
Folha - A África do Sul é o principal mercado do Gripen fora da Suécia. O fato de o Brasil ser parte de
um eixo diplomático e comercial
com a África do Sul [e Índia], o G3,
ajuda algo para vocês?
Hjelm - Empresas sul-africanas
participam ativamente do projeto
Gripen [peças do avião são feitas
no país]. Aqui, podemos nos associar com quem o governo federal quiser.
Folha - A Embraer?
Hjelm - A Embraer, se assim o
governo quiser. Nós faremos tudo
o que a FAB nos pedir. Se quiserem cooperação com o CTA
(Centro Tecnológico da Aeronáutica) ou com a Embraer, tanto faz.
Quando o ministro José Viegas
disse que a indústria aeronáutica
do Brasil terá lugar na concorrência, qualquer que seja o vencedor,
foi isso que entendemos.
Folha - Qual sua proposta de compensação comercial?
Hjelm - Não posso entrar em detalhes, mas posso dizer que ultrapassamos os 100% de contrapartidas que a FAB exigia. Na parte extra-avião, lembro que a Saab é do
grupo Investor, o maior da Suécia
e que abriga empresas de vários
setores da economia do país. As
possibilidades são várias.
Texto Anterior: Defesa aérea: Concorrentes disputam união com Embraer Próximo Texto: Para russos, proposta não tem precedentes Índice
|